Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

28 de janeiro de 2011

Adversidades

Fala-se tanto em sustentabilidade que fiquei pensando no seu significado real. Pensei então que sustentabilidade é quando eu consigo crescer e manter esse crescimento.

Mas na verdade, quanto mais crescemos, quanto mais nos expandimos, mais adversidades (problemas) temos. Assim, aumentar a capacidade de lidar com problemas é fundamental. Isso é o que nos mantém no sucesso. O profissional de hoje passa em média por 23 adversidades por dia (trânsito, economia, empresa, família, etc), mas nem sempre está equipado para lidar com isso.

Podemos perceber os sintomas de pessoas/empresa derrotados pela adversidade: Tendência a culpar, reclamar, lamuriar, evitar responsabilidade, ter aversão a risco, apresentar resistência à mudança, vitimização, sensação coletiva de impotência e estagnação. Esses sintomas se tornam cultural, como nos dizeres: “Na família é assim mesmo, nesta firma é assim mesmo, não adianta mudar porque sempre foi feito assim...

Segundo Randy Stefani há três tipos de pessoas na escalada profissional: 1) Desistentes: funcionários que se aposentam anos atrás (mas nunca avisaram ninguém). Não agüentam o peso dos desafios da escalada profissional. 2) Campistas: presos a sua zona de conforto, querem segurança e previsibilidade, mudanças limitadas e, com isso, suas capacidades atrofiam. Fazem apenas o suficiente, perdem motivação e usam metade de seu potencial. 3) Alpinistas: incansáveis em sua escalada. Continuamente se esforçando, crescem, melhoram, aprendem, expandem suas capacidades. Fazem as coisas acontecerem. Recusam-se a aceitar derrota por muito tempo. Motivados por desafios, negam-se a se tornar insignificantes, se adaptam e aprendem com cada desafio. Vão em direção ao medo que paralisa os outros, confrontam adversidades mais que os outros e continuam pensando em novas possibilidades. Segundo estudos, 80% dos funcionários são campistas. Quanto maior a adversidade, mais as pessoas se tornam campistas ou desistentes. O Alpinista vai ser gestor do Desistente e Campista. Se a chefia do Alpinista for um Campista, ele sai da empresa ou é demitido.

Sabe-se que ter amor, carinho, tranqüilidade para estudar, auto-estima, nada disso garante que você será bem sucedido. 75% dos grandes líderes mundiais vinham de famílias com problemas, e eles têm 3 vezes mais chances de crescer.

Hoje já podemos saber se o nosso QA – Quociente de Adversidade é alto ou baixo, pois ele indica como eu respondo a problemas. É no stress que se vê se o QA é baixo ou alto.

Pesquisas indicam que pessoas com um QA alto – têm rendas maiores. Têm mais chances de promoções. Os executivos têm uma performance de 17 pontos mais alto que seus pares.

Pessoa com um QA baixo, mesmo tendo talento, trava por causa da pressão e se torna resignada. Em situação de stress: 1) é reativa, regride, agem infantilizadas, perde tempo com coisas irrelevantes que atrapalha a alcançar a meta e 2) faz mais do mesmo, repete o mesmo comportamento inefetivo).

É necessário desenvolver o QA até por uma questão de saúde. Você pode ter o sonho que quiser, se o seu QA é baixo, nada vai acontecer.

A pessoa com o QA baixo vê tudo o que não dá pra fazer (ou resolve tudo ou eu não me mexo). “Sou insignificante, o que eu faço é insignificante”. Não há nada que eu possa fazer”. Meu metabolismo é lento vou ser sempre gordo”. “Sem MBA, sem inglês nunca serei promovido”. “Eles não promovem mulheres nessa empresa. Estudo revela que pessoas que têm menos influência sobre seu trabalho têm 3 vezes mais casos de lesão por motivos repetitivos (LER). Pessoa com o QA alto é pró ativa, vê o que dá pra fazer para não deixar a coisa piorar.

QA baixo culpa o outro. QA alto assume a sua parte no problema e lida com a solução. CULPA gera impotência, RESPONSABILIDADE gera poder. A responsabilidade de quem fez o erro é solucionar o problema. Se eu estou dentro de um sistema, eu sou parte do problema e portanto parte da solução.

QA baixo acha que o "problema" vai durar para sempre. QA alto – consegue ir além da adversidade. “Eu consigo passar por isso”.

O ponto então é entendermos que os eventos ("problemas") que acontecem no trabalho ou em qualquer área de nossa vida são ferramentas a mais para que eu possa desenvolver minha capacidade de lidar com adversidades em geral. Eu posso rejeitá-los ou posso aceitá-los de maneira positiva tirando o melhor proveito disso. E como então aumentar o nosso Quociente de adversidade? Bom, este então é assunto para um outro post.

Por agora talvez poderíamos escolher uma área de nossa vida e ficar com uma pergunta que, ao invés de nos manter onde estamos, nos leve a um patamar mais positivo e eficiente: “Que ação eu poderia ter para melhorar meu nível de satisfação nesta área de minha vida?”

"Sou 100% responsável por tudo aquilo que me acontece"
Louise Hay

16 de janeiro de 2011

Dia de aniversário


Eu, meu pai João e minha mãe Irene

Há algumas décadas neste dia 19 de janeiro choveu o dia todo e minha mãe me dava à vida para que eu pudesse experimentar aqui algumas experiências que me fariam crescer, aprender e me expandir.

O ato de nascer é uma atividade intensa tanto para a mãe quanto para a criança. Fazemos um grande esforço para passarmos por um caminho estreito e finalmente damos o primeiro suspiro para que o oxigênio entre em nossos pulmões e começamos aí nossa interação com o mundo neste planeta. Só por isso a gratidão brota em nossas células.

Minha mãe não tinha leite, e como é uma mulher (hoje com 88 anos) de muita fé, fez uma promessa a Maria e a José de que se o leite viesse, ela poria o nome em sua filha de Maria José em agradecimento à graça alcançada. Eu gosto muito de pensar que meu nome tem essa história carregada de fé, de positividade e de confiança. Por isso todo dia 19 de janeiro, me sinto novamente abençoada pela minha mãe, meu pai e pela Vida.

Abaixo uma mensagem que gosto muito e que já enviei para várias pessoas no dia de aniversário.

DATA DE ANIVERSÁRIO
É realmente um dia especial na vida das pessoas. É um daqueles dias do ano em que o Supremo desce dentro de nós. É um daqueles dias em que nossa alma entra em contato com o Eterno e, se ficarmos um pouco conscientes, poderemos sentir a sua presença dentro de nós. Se fizermos um pouco de esforço neste dia, atingiremos o trabalho de muitas vidas, como um lampejo instantâneo. Por isso é tão importante o dia do aniversário. O que ganhamos neste dia é algo extraordinário.(...)

É realmente um dia muito especial, porque é o dia da decisão, o dia em que podemos nos unir com a Consciência Suprema. Porque é nesse dia que o Senhor nos leva à região mais elevada possível, para que nossa alma, que é uma porção daquela Chama Eterna, possa unir-se e identificar-se com sua Origem.

Esse dia é uma oportunidade na vida. Nós estamos de tal modo abertos e receptivos que podemos assimilar tudo que nos for dado. Podemos fazer muitas coisas, por isso é tão importante.

É um daqueles dias em que o próprio Senhor abre amplamente as portas para nós. É como se Ele nos convidasse para reacender com mais força a Chama da Aspiração.

Nós também, através do nosso esforço pessoal, podemos conseguir isso, mas seria um longo caminho, árduo e não tão fácil. E isso é uma oportunidade real na vida - o dia da Graça.

Neste dia especial do ano, um fenômeno oculto ocorre invariavelmente, sem o nosso conhecimento. A alma abandona nosso corpo e caminha cada vez mais para cima até fundir-se com a Fonte, para recarregar-se e absorver do Supremo seu Poder, Luz, Paz e Clareza e volta para baixo revitalizada para passar todo o ano. Então, outra vez e mais outra - continua assim ano após ano.

(Comentários da Mãe - do Sr Aurorando Asaram sobre a data de aniversário)

15 de janeiro de 2011

Estresse

Acabei de ler o livro de Susan Andrew, “O Stress a seu favor”. Fala-se tanto em estresse, mas aqui vi uma outra abordagem muito interessante.

O livro traz várias situações de estresses da vida moderna. "Relações de trabalho que destroem o amor-próprio, a paz mental e até a saúde se tornaram uma doença universal. Uma pesquisa no Brasil mostrou que 30 por cento dos profissionais têm problemas com seus colegas de trabalho, o ambiente se torna contaminado de fofoca resultando em queda de produtividade, perda de tempo, energia e dinheiro e doenças relacionadas ao estresse. Outra fonte de estresse atual é a o da fadiga da informação: fatos demais, e-mails demais, canais de TV demais.... Estatísticas mostram que a cada 72 horas o volume de informação disponível dobra. Outras fontes de estresses: café instantâneo, satisfação instantânea, tudo pronto para já. Precisamos correr o mais que puder pra ficar no mesmo lugar." Ufa!

Já que o estresse é inevitável, a ação seria então a de tomar novas atitudes e "gerenciar o nosso próprio estresse de modo a usá-lo a nosso favor, desenvolvendo a nossa capacidade de transformar a raiva, o medo e a depressão em energia positiva, encontrando assim o centro da estabilidade e da tranqüilidade em nós mesmos."

Susan diz que "precisamos treinar para não alimentar essas emoções. O problema não é a causa do estresse - colegas de trabalho antipáticos, problemas em casa, falta de dinheiro, mas a nossa reação a ele. Simplesmente recordar durante cinco minutos uma situação de raiva ou hostilidade pode causar a secreção excessiva de cortisol. Isso baixa o nosso sistema imune por seis horas."

"A cada estado mental mobiliza-se uma enxurrada de moléculas de emoção. Por exemplo: para a raiva, o excesso de cortisol; para o amor, a ocitocina. Fazer terapia, apenas discutindo os problemas, muitas vezes não gera os resultados esperados, pois nosso corpo continua em pandemônio. Por isso, é importante trabalhar também o organismo. A idéia é nos tornarmos autossuficientes, gerindo nossa própria saúde."

"A percepção que se tem do estresse é mais importante do que o estresse em si. Na verdade não é a sobrecarga de trabalho ou estresse que nos torna doentes – é a nossa resposta eles."

Susan dá dicas de como usar o estresse a nosso favor. Primeiro é olhar para a mudança como um desafio e não como uma ameaça. "Os problemas são os nossos trunfos. Eles desenvolvem as nossas mentes para níveis mais elevados de energia e integração. Todas as ações, sejam elas bem-sucedidas ou fracassadas, são experiências valiosas que levam a mais descobertas, lições que expandem o nosso crescimento. “Seja como a ostra, que em resposta à irritante presença de um grão de areia dentro de sua concha, não só resolve o conflito, mas muda a irritação para algo de beleza e valor duradouros – uma pérola.” Pessoas com o atributo da dedicação têm um senso de propósito, de significado na vida. Elas estão se movendo em direção a uma meta mais elevada. Um ideal maior do que elas mesmas. O estresse não é gerado pelo mundo externo: é uma condição do seu próprio interior."

Outras dicas são mencionadas no livro como a respiração (quando a respiração vagueia, nossa mente também fica instável), yoga (para reduzir o cortisol), massagem, relaxamento profundo (para baixar a pressão), meditação (para revigorar o sistema nervoso), dieta apropriada e intercalar os períodos de estresse, que são tão essenciais para seu crescimento, com período de relaxamento completo para recuperar-se. Entre outras dicas, Susan diz que "uma ótima ação para lidar com o estresse é ter uma atitude de misericórdia em relação às outras pessoas. Aceite que estamos todos nos movendo no caminho da imperfeição para a perfeição. Pense positivamente: para cada coisa que dá errado, há provavelmente de 50 a 100 bênçãos. Conte-as."

Na mente calma
se os pensamentos vierem,
eles não surgem da mente,
mas vêm de fora e pela mente,
assim como os pássaros
cruzando o céu num ar sem vento.

Passam, nada perturbam,
não deixando nenhum traço.

Mesmo que mil imagens,
ou os mais violentos eventos,
passem pela mente,
a placidez permanece
como se a própria textura da mente
fosse uma substância
de eterna e indestrutível PAZ.
(Sri Aurobindo)

14 de janeiro de 2011

Reservar Energia


Cirque du Soleil
 Já estamos em 2011 e, de uma maneira ou de outra, fazemos alguns planos, temos algumas expectativas. Livros por ler, exercícios físicos por fazer, arrumar gavetas, fazer doações para pessoas que vão se beneficiar de coisas que não precisamos mais, abrir espaços em casa, no trabalho, dentro de nós mesmos e nos relacionamentos. Aumentar aquilo que lhe dá energia e remover tudo o que drena a capacidade de receber o que é seu.

Mas como fazer para aumentar a nossa energia nos dando mais vigor e felicidade? O primeiro passo é por o foco em você mesmo, não se desviando nem um milímetro deles. Fazer o caminho de retorno para dentro de você e descobrir quais são os seus valores, aqueles que regem seu caminhar nesta existência é o mais importante. O valor não é o comportamento, é a sensação, é o que você gosta de sentir. O pano de fundo de todos os valores é a realização. Então, qualquer meta que você tenha, pessoal ou profissional, deve estar alinhada a seus valores, àquilo que você quer experimentar e o seu comportamento também deve estar alinhado aos seus valores. Por exemplo, algumas pessoas têm como meta ter boa saúde e isso está alinhado ao seu valor, mas o seu comportamento pode não estar se ele, por exemplo, fuma.

Então não basta dizer que quero ter relacionamentos com as pessoas e com todas as coisas mais eficazes e de crescimento se não olharmos para nossos valores e nosso comportamento. Será que estamos dispostos a experimentar ao invés de “eu-não-tolero-X” para “eu-quero-X” ? O "eu-não-tolero-X” gera baixa qualidade de energia e o “eu-quero-X” faz com que tomemos atitude e comecemos a eliminar o hábito de reclamar. Estamos dispostos a eliminar nossos vícios que geram impotência porque não temos escolha?

Estamos dispostos a estabelecer limites? Ao não estabelecer limites há a invasão pelos outros e nos sentimos desrespeitados. “Não existem bons vizinhos, existem boas cercas.” Ao invés então de dizer “eu-não-tolero-X” você vai lá e informa o que o incomoda.

O pessimista aprendeu que não dá para controlar o evento, o otimista aprendeu que dá pra controlar o evento. Sempre existe algo que podemos fazer para mudar um evento e para isso é preciso ir um pouco mais além daquilo que já estamos acostumados a fazer. O que estamos acostumados a fazer já sabemos aonde vai dar. Então o desafio é fazer algo diferente, é se permitir a ir um pouco mais além. Somos seres com infinitas possibilidades. Só não as experimentamos por causa de nossas crenças limitantes. Então queremos um ano diferente, melhor. E o que de diferente e de melhor faremos com relação aquele evento que "me tortura”? Só porque me relaciono com o outro, não significa que o outro vai atender minhas necessidades. Como eu faço para ter fontes múltiplas, já que existem 6 bilhões de pessoas no mundo? Como gero isso? O que me tortura não é o outro, não está fora de mim. O que me tortura é o olhar que tenho para esse evento e como me comporto em relação a isso.

A estagnação é morte energética. Ela impede que a vida chegue. Eliminar estagnação propicia que coisas prósperas surjam. Que tal remover a super ocupação, delegar, fazer lista de simplificação? Como posso ter uma vida mais simplificada? Como posso lidar com papeis, e-mails e meu tempo de forma mais efetiva? Como posso lidar com aquela pessoa que mexe com meu humor?

É dentro dessas perguntas que você vai achar outras saídas.