Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

20 de abril de 2011

Gostei desse video que fala das qualidades que já temos em nós e que precisamos tomar consciência disso. Está em inglês com a legenda também em inglês com duração de 5:11.

13 de abril de 2011

A Vida

Meu notebook quebrou novamente e foi para o conserto: uma semana sem ele, sem acesso e tentando reformular minha rotina. Confesso que sobrou tempo para fazer coisas diferentes, mas as outras ficaram atrasadas, como responder e-mails por exemplo. Assim pude me deliciar nos meus livros que estão empilhados porque vou comprando e esperando um tempo para poder lê-los.

Estou então lendo um deles e vou colocar aqui alguns trechos de um capítulo que gostei muito, cujo título é: “Tudo o que está aqui está lá, o que não está aqui não está em lugar nenhum”

... O universo vive, cada estrela está viva no pleno sentido da palavra. Como parte do Todo, eu participo do Todo. Não somos separados do resto dos seres vivos, perdidos num minúsculo planeta, ínfima poeira cósmica impulsionada no ínfimo interestelar gelado. Somos partes integrantes da vida desde sua origem, sob todas as suas formas.

Causar dano a qualquer forma de vida é causar dano à sua própria: a ecologia se torna cósmica. A árvore, por exemplo, é bem mais do que produtora de madeira e pranchas, ela é um ser vivo. Não somos separados da árvore e nem da floresta. Uma forma de consciência vive nela, mesmo que não seja concebível pelo nosso intelecto. A água que compreende todos os líquidos, também capta todos os ritmos cósmicos. Assim há bilhões de anos a Lua comanda e ritma o fluxo e refluxo das enormes massas oceânicas, esculpindo pouco a pouco as orlas marítimas, mas principalmente, acalentando a vida, influenciando todos os nossos ritmos vitais. A matéria viva impregnada na água é muito sensível aos ritmos cósmicos: em meu sangue e até em minhas células, há minimarés. A Vida se manifestou graças ao Sol: é de sua luz e sua energia que ela extrai sua força.

Eu me maravilho por estar vivo, aqui e agora, num corpo humano: corpo que é formidável por estar simplesmente vivo. Se no cérebro estou otimista, relaxado e sereno, esse clima impregnará todo o meu corpo, até a última célula do dedinho do pé! E vice e versa. Assegurar corretas condições de vida para as células as faz felizes, otimistas e serenas. Se ao contrário, o acúmulos de erro de minha vida me fez doente, ser-me-á preciso curar cada célula antes de estar verdadeiramente curada.

A vida que palpita em mim é tão antiga e tão nova quanto no primeiro dia da criação. Eu sou essa vida que atravessou bilhões de anos. Todo poder e toda a inteligência da vida estão presentes em mim, aqui e agora. Todas as experiências da vida estão contida em meus genes, em minha vida. Minha vida individual torna-se extraordinária.

Tudo se trata de tomarmos consciência dessa coisa maravilhosa que é a Vida e sentir-se levado por ela, sentir-se parte indissociável de toda a vida do planeta. Vinculado a essa força invencível, nada mais pode me acontecer e tanto o dinamismo quanto a incrível inteligência da vida estão aqui, presentes em mim.”

Bom, nem foi tão ruim assim ficar sem meu notebook. Em meio a tantas notícias trágicas de televisão, também desfrutei dessas deliciosas idéias do livro das quais me identifico e que compreendo um pouquinho mais a cada dia de minha vida....

10 de abril de 2011

Monja Coen


Monja Coen
Quando li o que a Monja Coen falou sobre o Japão, fiquei imaginando quanto ainda temos que aprender com relação a nós mesmos. Que não somos separados de nada. Que tudo que fazemos nos afeta de alguma maneira. Coloco na íntegra a entrevista da monja:


Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: Kokoro ou Shin que significa coração-mente-essência.

Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?

Outra palavra é gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las.

Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras. A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima. A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.

Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.

Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.

Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos- mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.

Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.

Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.

Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem.

Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.

O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.

Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.

Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.

Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.

Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.

Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.

Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.

Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.

Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.

Havia pessoas suas conhecidas na tragédia? me perguntaram. E só posso dizer : todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.

8 de abril de 2011

RESPIRAR EM MARESIAS

Estive num lugar lindo em Maresias, por nove dias, entrando em contato com minha respiração.

Renascimento é uma técnica simples de respiração que nos dá um grande bem estar, desfazendo os nós energéticos, soltando as tensões que acumulamos durante nossa vida e, portanto, nos fazendo experimentar uma conexão interna com nós mesmos.

Desse modo, começamos a viver mais conscientes com tudo que acontece em nossa vida e de como escolhemos coisas que são ditadas pelas nossas crenças.

O que pensamos até agora cria as experiências que temos nesse momento. Então, se escolhermos pensamentos mais expansivos podemos criar experiências de vida mais expansivas também, buscando aquilo que queremos.

Nesse lugar muito bonito fui me apropriando dia a dia dos meus processos internos e percebendo como funciono, tomando contato com velhos padrões de certo e errado e, à medida que respirava conscientemente, ficava mais livre para experimentar um estado de expansão muito agradável.
Respirar conscientemente faz com que entremos em contato com tudo que registramos em nosso corpo, emoção, sentimento, pensamento os quais suprimimos ou rejeitamos, nos levando a repetir as mesmas velhas experiências. Com a respiração solta, fluída e sem tensões tomamos contato com nosso estado natural.

Nesses nove dias compreendi que qualquer coisa que nos aconteça, qualquer assunto que comece a fazer parte de nossa vida, mesmo os que a gente considere mais doloridos, qualquer coisa, temos sempre um outro jeito mais expansivo de nos ver. Qualquer coisa que experimentamos na vida é sempre uma configuração da nossa própria vitalidade. Ao olhar dessa maneira percebemos o que realmente sentimos, ouvimos e vemos, e acolhemos qualquer que seja a experiência.

A respiração consciente tem a ver com a troca de energia com o universo.