Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

27 de abril de 2014

DESCOBRINDO O AMOR

Quase todas as pessoas buscam um relacionamento, uma pessoa para quem possa dizer que ama e se sente amado. Mas muito comumente caímos na velha história de relacionamentos autodestrutivos, e achamos que relacionamento é o que se retrata em novelas ou nas músicas em geral, que mostram o amor perdido, o amor que machuca, o amor construído em cima de joguinhos infantis. Todos queremos ser amados. A razão para essa busca é porque não tenho amor por mim mesma. 

No livro “Descobrindo o amor” de Swami Dayananda ele diz:

“Minha falta de amor próprio me afasta de mim mesmo. Não posso suportar nem mesmo um momento de solidão... Quando alguém expressa amor por mim, tenho que ter a infraestrutura emocional para absorver aquele amor... Eu devo ter para poder receber. Se não tenho amor por mim mesmo e aceitação de mim mesmo, não posso absorver amor, mesmo que ele seja dado em profusão para mim. Como resultado, quando alguém professa amor por mim eu constantemente questiono e duvido. A falta de amor por mim mesmo me faz interpretar erradamente o amor como controle. 

Se você não tem uma imagem positiva de si mesmo, se você não tem amor por si mesmo, o amor se traduz em controle e consequentemente em obsessão. Você não precisa mudar ou controlar a pessoa que você ama... Você ama o outro não pelo outro, mas por você mesma. O que você ama, um objeto, uma pessoa ou situação, você ama porque ele evoca o ser satisfeito em você. O amor é portanto, a emoção que conecta a pessoa satisfeita e o objeto externo. O eu insatisfeito existe porque não sei exatamente quem sou. E talvez o eu satisfeito que você encontra aqui e ali seja exatamente o que você é. A felicidade que você experimenta é você mesmo. O amor existe somente quando você deixa de lado as expectativas em relação ao outro. A menos que você abandone sua expectativa, não poderá entender o outro. O amor é livre do controle.

No momento que aceito a mim mesmo como sendo parte dessa ordem cósmica, minha vida se torna um sucesso. São suas próprias ansiedades, medos, suas expectativas em relação aos outros que separam você do mundo.

Descubra o amor amando. A verdade é que você é o amor, quer você saiba ou não.”

Bom, não precisamos nos culpar por ter vivido relações tão insatisfatórias, mas, ao contrário, podemos nos observar e tentar fazer diferente. E fazer diferente começa com nós mesmos. Observar como eu me relaciono comigo mesmo, como eu priorizo as coisas em minha vida. Em que lugar da lista de pessoas que eu gosto eu me encontro? O que eu sei de mim mesma?  E nessa observação encontramos muitas vezes aspectos que não gostamos, mas com generosidade e amorosidade a mim mesma eu vou mudando esses padrões tão ineficientes que me impedem de ter relacionamentos saudáveis e amorosos com outras pessoas.