Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

27 de agosto de 2012

Despertar

"Ou você representa esse amor que trouxe das estrelas para esse mundo físico, ou você se tornou tão programado com medo de todas as coisas que as instituições colocaram em cima de você e tudo que tem em sua mente do medo, dos julgamentos das reclamações - esses barulhos são tão alto - que você não ouve mais  a voz sutil do seu coração.
O despertar é um processo individual onde você começa a aprender de você ser um ser humano. Quando você vai um pouco mais profundamente e se conecta com seus sentimentos, aí você tem uma visão diferente da vida."

20 minutos - vale a pena ouvir Robert Happé falando sobre o despertar.


5 de agosto de 2012

Conhecimento

Ação é aquilo que se faz para produzir um resultado específico, é um instrumento para produzir algo novo. Se eu desejo aquietar minha mente, eu posso ter uma ação para isso. Conhecimento não produz nada novo, ele revela algo que já existe e eu não sabia, ele revela o eu fundamental, o eu livre de limitações que ainda não reconheço em mim. A meditação é um instrumento que nos ajuda a esse reconhecer-se”.
Foi assim que  Gloria Ariera começou a plestra tão profunda neste sábado. E escrevo a seguir mais ou menos o que eu aprendi desse momento.

Usamos tanto a palavra autoconhecimento de uma forma tão genérica que perdemos a profundidade de seu sentido. Todo workshop, todo curso hoje em dia oferece o autoconhecimento. O que afinal é esse tal de autoconhecimento? O que é que posso descobrir em mim que eu ainda não saiba? O que é que eu faço para adquiri-lo? E quando eu o adquiro, eu adquiro o quê exatamente? Podemos então usar a ação e escolher fazer algo, por exemplo, a meditação. E aí surge então mais dúvidas sobre o que seja a meditação, palavra tão usada em tantos contextos. E, afinal, o que é meditar?

Não sabemos quase nada de nós mesmos. Não sabemos como reagimos a diferentes situações, não sabemos de onde vem exatamente aquela raiva que sentimos, aquele ciúme, prazer, aquela satisfação, aquela alegria, aquela frustração, aquela depressão. Muitas vezes nem sabemos o que sentimos exatamente e nem a causa desses sentimentos. Chegamos até mesmo a pensar que isso não é importante e nem temos tempo para pensar sobre isso porque o trabalho toma 10 horas do nosso dia e depois estamos esgotados mentalmente e temos de dormir porque o dia seguinte vai exigir muito mais e aí... não conseguimos dormir direito e o dia amanhece e vamos ao trabalho e todos os  e-mails estão lá para serem lidos e todas as decisões para serem tomadas e todos os sentimentos passam pelo sistema nervoso e nossas células são acionadas sem que saibamos, sem que tenhamos tempo para parar 15 minutos para nos checar, nos acolher, nos acomodar dentro de nós mesmos.

Uma mente agitada, se agita, se dispersa e se frustra. Não há espaço para estarmos consciente de nossas limitações, competências e sentimentos. Não há espaço e tempo para nos escutar, refletir, trazer esse conhecimento para o dia a dia e praticar para termos novos registros mentais.

Sem isso, continuamos vivendo a repetição da superficialidade das experiências.
A mente é estruturada para trazer a experiência para nosso conhecimento e se não nos aprofundamos em nós mesmos, não amadurecemos. Perdemo-nos nos eventos do dia a dia e somente reagimos a ele sempre da mesma maneira, e isso não traz nenhum conhecimento.

Só quando sei como eu funciono internamente é que surge a chance de transformação. Não olhamos mais para o “problema”, mas acolhemos as coisas positivas e negativas e acomodamos essa minha pessoa nessa mente maior. Se eu sei que essa mente maior está lá, então o meu foco não é no problema, no evento, mas o foco é na paz, no silêncio que eu já sou.

“É possível, sentada no silêncio que eu já sou, enxergar a “raiva” que sinto e então essa raiva se acalma e sai de mansinho. Minha mente pode estar concentrada em um trabalho que estou fazendo, mas o meu foco é o silêncio, o silêncio que é a base de minha mente que sou eu”.

 *EU SOU O SILÊNCIO*

Gosto da imagem do rio que nasce e vem descendo, encontrando obstáculos grandes e pequenos e continua indo como se tivesse uma ideia fixa até se unir com o oceano e quando se une... tudo vira oceano.  Contornando os obstáculos, o rio não se desvia de sua meta maior que é se entregar ao oceano.



 

 

 

“Água vem, água vem

O coração é o oceano

Eu estou em paz.

Eu sou a paz”