Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

23 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO!

TIM TIM....
Desejo a todos vocês que estiveram comigo pacientemente lendo esses meus rabiscos nada mais do que o melhor para o ano de 2011. O melhor da vida, o melhor de vocês mesmos, o melhor que pudermos fazer, o melhor perdão, o melhor da descoberta, a melhor paciência, o melhor da entrega, o melhor da respiração, o melhor da risada, o melhor do amor.  E coloco aqui uma frase que recebi do ICI Coaching, e que é também o que eu desejo a todos: “Alinhe-se com a Luz Maior para que ela se expresse, livremente em sua vida. Blessings”.

Fazendo uma retrospectiva desse ano, posso concluir que foi um ano de muito trabalho, muito aprendizado. E o que mais aprendi nesse período foi sobre a aceitação. Não a aceitação do puro conformismo, mas a aceitação que integra, que pacifica nossa alma. Aceitar que tudo tem seu tempo para acontecer, aceitar que os ciclos se fecham para que novos possam se abrir, aceitar que o outro tem seu próprio processo, seu próprio caminhar e seu próprio tempo. Aceitar o meu próprio processo e o meu próprio tempo. Aceitar o diferente. Aceitar que aconteça o que acontecer, num nível mais profundo de nossa consciência....”tá tudo certo”.  Porque crescemos e aprendemos mais e mais com tudo aquilo que o universo nos envia.

Com relação ao blog, olhando lá nas estatísticas, fiquei muito feliz com tantos acessos de pessoas tão queridas e de outras que ainda nem conheço, mas que provavelmente vivemos na mesma sintonia, ou então não estariam, no meio de tantos afazeres do dia a dia, dedicando um tempinho para ler esses fragmentos de mim mesma. Agradeço a cada um de vocês e especialmente ao Edmilson, meu companheiro diário, que me incentiva sempre e me ajuda a não me perder na gramática.

Fiquei muito surpresa em saber que até agora o post mais acessado foi o “Lidar com Emoções” de 13/junho (... os pensamentos a gente os observa e as emoções a gente tem que senti-las sem julgamento e deixá-las passar.”).  E “coincidentemente” isso foi o meu maior aprendizado esse ano.

Então, já que aprendemos tanto nesse ano, o sentimento que fica é mesmo da total gratidão a tudo e a todos. Finalizo assim com a letra de uma música do CD – Mantras do Coração do professor de Yoga Márcio Assumpção e Diogo Camargo

Uma canção para a vida

Hoje quero cantar a Vida... 
A música da gratidão,
sabendo que tenho muito mais para agradecer
do que para pedir, 
por tudo que veio antes de mim,
por tudo que virá depois de mim.
gratidão pelos que ajudaram,
ajudam ou ajudarão,
pois essas pessoas me ensinam a cada dia
que estou na vida para servir.
gratidão por todos os que se apresentam
como pedras no caminho,
pois me lembram que algumas vezes
preciso ser podado para crescer forte.

Hoje quero cantar para a Vida...
A música da devoção,
sabendo que tenho muito mais a oferecer do que para pedir,
para a fé que está no coração de cada Ser,
para Deus que está em todas as manifestações de verdadeira fé.
Quero fazer um altar dentro de mim
E reverenciar meus pais, meus antepassados e meus mestres,
Para que eu possa seguir em frente com humildade e honra.

Hoje quero cantar para a Vida...
A música da meditação,
Sabendo que tenho muito mais que refletir do que pedir.
Quero cantar uma canção sem som, sem métrica, sem palavras.
Quero cantar o silêncio interior,
Para escutar a voz da Consciência
que abaixa o volume do ego e aumenta o volume do Ser.

Hoje quero cantar para a vida...
A música do coração,
Sabendo que tenho muito mais a cumprir do que para pedir.
Quero lembrar de minha inspiração nesta existência,
Para não esquecer o que estou fazendo aqui.
Quero na última expiração,
Ter a certeza do dever cumprido, do dharma mantido
E do caminho seguido.

Hoje quero cantar para o mundo...
E que outras pessoas ao ouvirem essa canção,
Possam cantar juntas comigo
A música da transformação.

NAMASTÊ


17 de dezembro de 2010

Feliz Natal!

E que o amor, a base de toda a criação, desperte como pétalas de luz no coração de cada um de vocês, companheiros de jornada.

Para quem conhece meu baralhinho de anjos.... vou tirar um agora para todos vocês:



Anjo da Coragem
 
Cor = coração
agem = agir
 
Agir com o coração
 
 
 
 
 
 
No ano retrasado recebi esse vídeo de meu amigo Sérgio. Ele me tocou tanto que guardei. No ano passado enviei por email para várias pessoas e agora coloco aqui no blog para aqueles que possivelmente não tinham visto e, para aqueles que vão rever, se deliciem com tamanha delicadeza de desenho e linda música.
 

15 de dezembro de 2010

Aquietar-se


Casa Siloé - Vinhedo

O poder do silêncio 







 


Nós os índios conhecemos o Silêncio.
Não temos medo dele.
Na verdade para nós ele é mais poderoso
do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados
nas maneiras do silêncio e eles
nos transmitiram esse conhecimento.
Observa os animais para ver
como cuidam de seus filhotes.
Observa os anciões para ver
como se comportam.
Observa o homem branco para ver
o que querem.
Sempre observa primeiro,
com o coração e a mente quietos,
e então aprenderás.
Quando tiveres observado o suficiente,
então poderá atuar.
Com vocês, brancos, é o contrário.
Vocês aprendem falando.
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.
Em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho estão sempre tendo reuniões
nas quais todos interrompem a todos,
e todos falam cinco, dez, cem vezes.
E chamam isso de “resolver um problema”.
Quando estão numa habitação e há silêncio,
ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente,
mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir.
Nem sequer permitem que
o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.
Para nós isso é muito desrespeitoso
e muito estúpido, inclusive.
Se começas a falar,
eu não vou te interromper.
Te escutarei.
Talvez deixe de escutá-lo
se não gostar do que estás dizendo.
Mas não vou interromper-te.
Quando terminares tomarei uma decisão
sobre o que disseste,
mas não te direi se não estou de acordo,
a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado
e me afastarei.
Terá dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é o suficiente para a maioria de vocês.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que
a terra está sempre nos falando,
e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas.
Muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.

12 de dezembro de 2010

Hábito


Eu e o San, quebrando o hábito
 Outro dia falava com uma pessoa sobre os hábitos que temos e que, sem mudar esses hábitos, provavelmente nossa vida também não mudará.

Todos os dias acordo, faço meus exercícios de respiração, tomo banho e vou na padaria comprar pão para meu café da manhã. Gosto de sair e ver as pessoas simplesmente vivendo. Vejo uma senhorinha que me lembra minha mãe que varre as folhas da calçada. Digo “bom dia” e ela diz “bom dia, como caem folhas dessa árvore!”. Vejo pessoas saudáveis indo para a academia perto de casa, vejo as mangas da árvore na rua da padaria, vejo o céu azul, ouço pássaros e vejo... o cachorro – aquele que late forte e que tenho medo. É, tenho medo de cachorro. Tenho feito alguns esforços para superar isso, confesso.

Outro dia vi um cachorro na rua por onde passo. Sozinho. Um cachorro normal como antigamente, sem lacinhos, roupinhas ou brinquedinhos e latidos histéricos. Era um cachorro mais velho e que andava distraidamente. Virei a esquina e lá estava ele vindo em minha direção. Senti aquele arrepio que corre a espinha. Mas ele vinha mansamente e eu pensei: “Ok. Primeira oportunidade desse dia para perder o medo”. Respirei. E continuei também em direção a ele e passamos um do lado do outro. Ele não latiu, não lambeu meu pé... Ufa! Consegui. E lá foi ele procurando alguma coisa no chão. E eu aliviada, procurando também para onde tinha ido o meu medo.

Fiquei pensando que mais do que medo de cachorro eu tinha a crença de que tinha medo de cachorro e era para ela que eu tinha que olhar, se quisesse perder o medo. Aí ficou mais fácil. Lembrei que o primeiro cachorro que eu toquei foi o Terry, um cão vira-lata velhinho da comunidade onde morei que meditava na porta da sala de meditação três vezes por dia junto com todas as pessoas. O segundo cachorro que toquei foi o San, que também nos rodeava quando fiquei na Serra da Mantiqueira, no maravilhoso curso de Renascimento. Ele era calmo, sereno, como os seus donos Tárika e Khalis.

Mas voltando sobre a questão dos hábitos que temos e não mudamos, percebi que nos rotulamos e não mudamos porque simplesmente não tomamos consciência disso e não praticamos uma nova maneira de agir e pensar. Quantas vezes temos o hábito de, descuidadamente, num grupo de amigos, fazer comentários sobre pessoas ausentes, esquecendo que o outro faz parte de mim, que o outro sente as mesmas dores que eu sinto e que vive processos complicados e muitas vezes bem parecidos com o nosso.

Outras vezes temos o hábito de reclamar de tudo. Reclamos porque está quente, porque está frio, porque é segunda-feira (reclamamos porque é segunda-feira!!!), porque meu carro quebrou, porque a vida está morna sem conseguir agradecer só pelo fato de estarmos vivos. Não conseguimos respirar e integrar as adversidades. Queremos eliminá-las, queremos que elas não existam para que eu não sinta dor. Criamos hábitos para ajudar a suprimir algo que não queremos vivenciar novamente e suprimir emoções. Mas é justamente por querer que elas desapareçam que sentimos a dor. Integrar as adversidades é o que nos faz amadurecer emocionalmente.

Nossa mente é hipnótica. Somos educados pelos hábitos e nos habituamos a viver de hábitos. Nós nos habituamos a habituar. Vivemos os hábitos. Habituamo-nos a certos pensamentos negativos, que trazem resultados destrutivos para nossas vidas. Ensinaram-nos a criar hábitos. Essa é a nossa sociedade. Portanto temos sempre que agir de acordo com a sociedade ou então somos criticados, julgados e condenados.

É importante trabalhar a minha mente para perceber meus pensamentos, lidar com ele, a fim de evitar que eu me comunique ou me relacione com os outros através dos meus hábitos mentais. Devo me relacionar com o que há de verdadeiro, no momento, entre mim e o outro, seja ele um ser humano ou qualquer outra energia do universo. Ao criarmos hábitos, ficamos distraídos, desatentos, cegos. Quando estamos alerta, somos sempre observadores. Observamos os resultados em nós e ao nosso redor.

Uma maneira de mudar o hábito é trocar o “habito de” por um “ato de”. Uma verdadeira ação envolve sentimento de prazer, motivação, amor e vontade de viver, porque você tem a certeza de estar em comunhão com a Inteligência Infinita, com o Ser Divino. Também podemos acender uma luz interior conscientizando-nos da nossa respiração. Quanto mais consciente estivermos de nossa respiração, mais a observaremos. Isso nos tranquilizará e nos fará relaxar. Desta forma estaremos mais energizado e mais alerta e portanto não cairemos na armadinha do “hábito”, fazendo mais do mesmo.

O único hábito que devemos ter é o de estar sempre alertas.

• Informações tiradas do livro: Rebirthing – “O novo Yoga”

1 de dezembro de 2010

Coincidências?

Green Park - Londres - outono
Já contei essa história muitas vezes, mas toda vez que conto de novo, as pessoas ficam curiosas e eu, novamente, fico tocada. Então decidi colocar a história aqui no blog.

Vamos lá: quando decidi estudar em Londres comecei a me programar, principalmente a questão das finanças. Entrei em uma firma e fiz a conta. Precisava trabalhar dois anos para conseguir o mínimo de dinheiro que precisava para ficar lá por mais ou menos dois meses. Quando finalmente juntei o dinheiro, resolvi pedir demissão da firma. Coincidentemente isso ocorreu no mesmo dia em que o meu gerente me informou que eu estava sendo promovida e, portanto, iria ganhar um montante a mais, que se completaria em 3 meses, um terço a mais por mês. Pensei, pensei e como não tinha muito dinheiro, resolvi que eu poderia trabalhar mais um ano e aí então ter mais dinheiro para viajar. No primeiro mês, o um terço do aumento veio e depois não veio mais. Questionei no RH da firma que não sabia de nada. Questionei então o ex-gerente que me perguntou se eu tinha anotado em algum papel se ele havia mesmo falado do aumento em três vezes. Minha indignação foi total e resolvi que eles teriam que me dispensar. Depois de alguma resistência, me dispensaram e, no dia seguinte, arrumei minha mala e lá fui eu para Londres.

Quando cheguei em Londres, chorei. Tive a sensação de que lá era meu lugar. Olhava para os prédios, para as pessoas e me identifiquei muito com aquele estilo de vida. Fiz um pedido: “Universo, fiz tudo pra vir pra cá. Agora quero ficar mais tempo e não há mais nada que eu possa fazer. Agora depende só de você.”

No dia seguinte começaram as aulas do meu curso de um mês. Meus professores eram Liz e John Soars – autores da linha Headway. Descobri que eles eram professores, mas tinham sido muito bem sucedidos como autores dos livros e, por isso, só davam aulas durante um mês por ano, para não perder contato com os alunos e para aplicar nessa turma um plano-piloto para as próximas edições dos livros. Eles eram ótimos. Cada aula era um show. Estava tão entusiasmada com tudo. Com Londres, com as aulas, com a língua.

Na segunda semana de aula eles me disseram que gostariam de falar comigo depois da aula. Fiquei curiosa e quando todos os alunos saíram, eles me disseram que gostariam de pagar o curso de inglês para mim por um ano. Como assim, pagar o curso pra mim? Por quê? Tentaram me explicar o inexplicável: “Porque você é muito interessada na língua. Porque vendemos muitos livros no Brasil e queremos de alguma forma retribuir....” Explicavam, mas acho que eles mesmos não sabiam muito bem a razão. Mas eu olhava em seus olhos e sabia: o universo tinha atendido meu pedido e estava usando aquelas pessoas maravilhosas para a concretização desse pedido.

Naquela época já sabia que não podemos recusar nada que o universo nos manda e então aceitei. Não conseguia passar pra eles minha alegria e minha gratidão. Talvez eles não tivessem idéia do que aquilo representava para mim. Lembro de chorar no metrô de tanta alegria, não só por poder ficar num lugar que eu estava amando, mas principalmente por ter entendido que o fato de o meu ex-gerente ter sido desleal comigo, foi justamente isso que tinha atrasado minha ida a Londres por dois meses. E esse atraso fez eu ir justamente no mês em que Liz e John estavam dando aulas. E me lembro de ter até agradecido àquele ex-gerente, porque, afinal, ele acabou sendo uma peça-chave para que tudo se encaminhasse da melhor forma. Nunca mais duvidei de que quando você pede ao universo, ele sempre diz SIM.

Liz e John foram mais que meus professores. Conheci a casa dos dois, suas filhas, o cachorro e o gato.

Minha experiência em Londres foi linda. Houve muitas “coincidências”, inclusive uma de encontrar por acaso a Carmen, uma amiga querida, que não via há um tempão (e essa também é uma história incrível). Tudo acontecia numa sincronicidade maravilhosa. Foi um período onde senti muita gratidão.

Quando voltei para o Brasil, um ano depois, não sabia muito bem onde trabalhar e uma amiga que estava saindo de uma escola de inglês me disse que a dona da escola gostaria de me conhecer. Eu ainda estava com Londres em meu coração e não conseguia fazer nada. Por ter demorado a procurar a dona da escola, ela foi até minha casa. Soube que a escola dava aulas “in company” e que os professores iam até as empresas. Aceitei o trabalho até por causa de minha experiência de ter trabalhado por 18 anos em empresas multinacionais. Minha grande surpresa foi quando ela mostrou os livros que usava. Era a linha Headway, de Liz and John Soars. Fiquei encantada e entendi que tinha que fazer isso mesmo. Depois de um ano, saí da escola e comecei a dar aulas por minha conta, no mesmo esquema, nas empresas. Descobri que o que me dava prazer profissional era mesmo dar aulas e ver o brilho dos olhos dos alunos quando assimilavam um conhecimento que até então achavam impossível. Mas essa é uma outra história que fica para um outro post.