Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

28 de novembro de 2010

Respiração Consciente

“Quando você aprende a respirar e a relaxar na presença de seus sentimentos, você se une à sua natureza, cura o fluxo da sua vida, sua consciência é expandida, antigos padrões de comportamento desaparecem e doenças físicas são substituídas por saúde e jovialidade.”
Unmani

Nós não estamos acostumados a perceber se respiramos bem. É um ato tão natural que na verdade nem percebemos se respiramos. O fato é que não muitas vezes respiramos curto demais e não atingimos a nossa própria profundidade.

O oxigênio é a primeira necessidade de todas as criaturas vivas sobre a Terra. Nada pode viver sem ele. E é a respiração que leva o oxigênio do ar para as nossas células e elimina o dióxido de carbono de nosso corpo. Para assegurar esse suprimento de oxigênio precisamos ter uma respiração correta que permite ao sistema respiratório trabalhar com total eficiência e prover oxigênio suficiente para a vida do corpo. Normalmente respiramos 50 vezes por minuto e inalamos cerca de meio a um litro de ar a cada inspiração. Em uma respiração profunda inalamos um volume de até 4 litros.

Os antigos yogues afirmaram que cada um de nós vem a este mundo com um número fixo de respirações, portanto o tempo de vida de uma pessoa, não é medido em anos, mas pelo número de respirações de cada pessoa e que a vida de um indivíduo é aumentada com respirações mais lentas. Sem respiração não podemos viver. Ao respirarmos pela metade, só podemos viver pela metade. Apenas 3% das substâncias desnecessárias do corpo são eliminadas pelas fezes, 7% são eliminadas pela urina, 20% pela pele e 70% são eliminadas através das respiração.

Quando temos nossas experiências emocionais, a reação mais comum é diminuir a respiração para tentar barrar as dores físicas ou psicológicas.

Quando tomamos consciência da respiração, de imediato você a prolonga e em conseqüência prolongamos a vida. Existem muitas técnicas de respiração consciente. Na verdade a respiração consciente é: “Pare e Observe” a entrada e a saída de ar durante sua respiração. A respiração consciente refresca o corpo e a mente, refresca a energia vital do corpo, limpa o sistema nervoso e o sistema circulatório, nutre as células e os órgãos e equilibra seu corpo emocional.

Segundo Leonardo Orr, a respiração consciente é uma inspiração e não uma disciplina, Não é uma marca de um produto. É ter consciência da respiração. É um poder maravilhoso dentro de nós, uma potência que sempre tivemos, que ministra uma energia especial para manter o ritmo da respiração. Essa energia especial é o sopro da vida, uma energia que cura e alimenta. Por meio da meditação ou do ritmo da respiração, você pode alcançar essa energia. É provável que o medo inconsciente e as lembranças psicofísicas que nos impedem de ter acesso a esse poder mais frequentemente. A unidade na respiração provoca uma experiência física de unidade com o Ser.

Aprender a respirar correta e plenamente, com toda nossa capacidade, é o que mais contribui para a felicidade do mundo.

• Informações tiradas do livro: Rebirthing – “O novo Yoga”

21 de novembro de 2010

SARA MARRIOTT

Já escrevi aqui sobre Sara Marriott - uma mulher linda cujo otimismo me inspirou muitíssimo e que tive muito prazer em tê-la por perto por 3 anos inesquecíveis de minha vida. Grande surpresa ao vê-la neste video. Coloco novamente abaixo o post que já tinha escrito.


Sara Marriott me vem à mente com a frase: “Não, não Zezé, isso não é difícil, isso é desafiante”. Sara pedia que a gente não usasse a palavra "difícil", porque nosso subconsciente bloqueia qualquer atitude. O que não aconteceria se a palavra fosse "desafiante". Difícil é algo imutável. Mas se eu encarar algo como desafiante, então necessariamente pode se ter uma atitude.

Sara morava na comunidade onde morei e a imagem que tenho dela é aquela pequena criança curvada pelo tempo como quem agradece à vida. Passava por mim, me sorria com aqueles olhos azuis de Marte. Com passos rápidos, desafiando o conceito secular do tempo, ela ia em direção à sala de meditação, para lá talvez entrar em contato com seu ser cheio de luz descobrindo que seu mestre era interno e era de lá que recebia as respostas. Caminhava com o cão amigo, Terry, todas as manhãs, naquela estrada linda com borboletas entrecortando seu caminho.

Sara deixou em mim sua positividade ao encarar as coisas da vida. E é disso que lembro dela dizendo que atraímos para nós aquilo em que colocamos foco e energia. Não estava falando da tal lei de atração que virou um modismo. Falava da nossa responsabilidade em quebrar padrões e crenças ineficientes que não nos servem mais e substituí-las por outros mais eficientes.

15 de novembro de 2010

A não violência

Ainda sobre o livro que estou lendo, há uma parte que Satish fala sobre a angústia de nossa época e que a causa dessa angustia é clara: adotamos meios incorretos para alcançar fins corretos. Diz ainda que boa parte da população segue meios de violência, quer seja ela dissimulada ou não e que em geral nossa civilização é violenta, a industrialização, a centralização, o materialismo, a violência contra pessoas, animais, contra a Terra, a poluição etc.

Coloco aqui um trecho que achei interessante para saber por onde podemos começar a usar a não violência:

“A não violência deve começar na mente. A não ser que a mente esteja repleta de compaixão, a não violência não é possível. A não ser que se esteja à vontade no mundo interior, não se pode praticar a não violência no mundo exterior. Se a língua fala palavras doces para outras pessoas e não obstante, a mente as está condenando, isso então não é não violência. As sementes da não violência têm de ser semeadas na mente. Manter a mente pura é, pois, parte essencial da não violência. Uma mente pura significa uma consciência que não se corrompeu, não se contaminou e não se dilui com o desejo de controlar os outros.... A não violência da mente deve se traduzir em não violência da fala. Violência é pronunciar palavras prejudiciais, ásperas, insinceras, desnecessárias, desagradáveis e ofensivas. O uso habilidoso da linguagem é uma arte necessária à busca da comunicação pacífica. Devemos entender completamente o que os outros dizem antes de falarmos. A língua só é capaz de expressar uma verdade parcial: portanto a não violência é um guia essencial da nossa comunicação verbal. Diga a verdade, mas diga-a com amabilidade: se você não puder dizê-la com amabilidade, então fique em silêncio até aprender a arte da comunicação prática. A não violência é um princípio maior que a verdade. Podemos não saber o que é a verdade: a verdade de hoje talvez não seja a verdade de amanhã. Pratique a não violência da fala enquanto diz a verdade.

A não violência da mente e da fala leva à não violência da ação. Os fins não justificam os meios. A não violência é atenção e gentileza para com todas as criaturas.”

Não existe nenhum caminho para a paz. A paz é o caminho. 
 Mahatma Gandhi.

Não podemos resolver um problema com a mesma mentalidade e os mesmos valores que constituíram a causa inicial do problema.
Albert Einstein.

13 de novembro de 2010

Sem controle

Li um artigo da Alun Illumini - enviado pela minha querida amiga Sandra Felicidade - que fala sobre o medo do futuro. Ele veio em inglês e fala sobre um dos nossos grandes desafios que é lidar com a nossa necessidade de controlar tudo, de controlar o futuro. Também sobre isso falava com minha aluna/amiga Priscila, com uma outra querida e eterna amiga Cristina e com minha querida mãe que eu tanto admiro. Portanto, essa semana foi mesmo de grande aprendizado sobre esse assunto pra mim. Em todas essas conversas identifiquei facetas diferentes da mesma dor. Como cansamos tentando controlar tudo à nossa volta! Como deixamos nosso corpo tenso, duro, por tentarmos consertar tudo que achamos que está errado e então garantir o futuro tranquilo para nós e para todos aqueles que conhecemos.

Mas será mesmo que podemos controlar isso? Temos medo de ser desapontados em nossas expectativas. Temos medo de que as coisas não saiam do jeito que planejamos por achar que é assim o correto. Precisamos controlar tudo ou então tudo desabará! Imagine quanta energia gastamos para não deixar nada sair dos trilhos... Mas eis que de repente temos uma surpresa! Mesmo fazendo tudo, tudo incansavelmente, não temos garantias de que as coisas saiam exatamente como planejamos. Então vem a frustração, a impotência, a ansiedade que se não soubermos como lidar, nosso corpo físico saberá.

“A vida se desenrola em sua própria maneira suave. Da mesma forma que uma muda de árvore não dá frutos, uma vez que precisa primeiro crescer em tamanho, criar alicerces fortes e maduros, também precisamos nos dar uma base forte, crescer em experiência e maturidade. Precisamos aprender a aceitar que não podemos saber que coisas vão acontecer para nós no futuro porque ainda não aconteceram.”

Podemos então lembrar do dia em que respiramos pela primeira vez para começar essa misteriosa viagem. Tudo era surpresa! Não tínhamos sentimentos de medo sobre a segurança e nem de não sermos capaz de lidar com ela. Talvez se soubéssemos tudo o que iríamos aprender e como iríamos aprender, não tivéssemos coragem para prosseguir essa viagem maravilhosa que é a nossa existência aqui nesse planeta.

Se não sabemos o que vai acontecer, então o que precisamos fazer, ao invés de sentir medo, é acolher o que temos no momento presente, agir amorosamente praticando a melhor opção com honestidade e com o entendimento que temos neste momento presente. Se trabalharmos nosso medo presente e nossas expectativas e se conhecemos como nossas emoções funcionam, então não importa muito o que vai nos acontecer. Seja o que for, acolheremos com entusiasmo e com espírito de aprendiz e assim seremos capazes de lidar com esses novos eventos.

“Ao invés de ficarmos com raiva, estressados, deprimidos com alguma mudança nos nossos planos, podemos talvez agradecer a cada situação assim como chega. Quanto melhor você se sente com você mesmo, o mais provável é você atrair situações mais interessantes e/ou soluções mais eficazes para os desafios atuais também. Aproveite o desconhecido! Criar uma vida sabendo que, aconteça o que acontecer, você vai lidar com isso.

Nós somos extensões da Fonte Divina. Somos os arquitetos de nossa vida. Nós somos os criadores de nossa experiência. O que você está criando?"

Secret Garden - Nocturne

Tenho gostado muito de ouvir essa música.
Paz, deleite é o que ela me faz sentir.
(tire a propaganda que o youtube coloca e relaxe)

12 de novembro de 2010

Poesia - A. Caeiro

 
"O mundo não se fez para pensarmos nele
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo..
Pensar é estar doente dos olhos. Pensar em nada é ter a alma própria e inteira. Pensar em nada é viver intimamente." A. Caeiro

6 de novembro de 2010

Gratidão

Portugal - Abundância de beleza













Minha amiga Mirella que estuda no Schumacher College e está adorando me falou de um livro, já traduzido para o português. Como adoro ler, comprei o livro no mesmo dia, desta deliciosa maneira de se comprar pela internet e receber no dia seguinte. Comecei a ler e agora estou numa parte muito bonita, onde o autor fala das virtudes que precisamos cultivar e celebrar para que a gente tenha verdadeira transformação. E uma das virtudes é a gratidão. Ao se ter gratidão com tudo, saímos do papel de vítimas e assumimos a responsabilidade por todas as coisas que acontecem em nossas vidas e tiramos proveito de cada evento.

Transcrevo aqui uma parte do texto:

“Na vida moderna, nós nos queixamos de tudo. Quando está chovendo, dizemos: “O tempo está horrível – tão úmido e tão frio!”. Quando faz sol, reclamos: “O tempo está quente, muito quente!”... “Tive uma infância horrível”, queixamo-nos. “Minha escola era péssima”, lamentamos. “Meus colegas nunca gostaram de mim.”, resmungamos, e esse tipo de resmungo prossegue interminavelmente.

Para crescermos espiritualmente, precisamos desenvolver a capacidade de estima e gratidão. Precisamos nos educar para reconhecer os dons que recebemos de nossos antepassados, de nossos pais, de nossos professores, de nossos colegas e de nossa sociedade em geral. Precisamos também exprimir nosso agradecimento pelas dádivas da Terra. Que maravilhoso sistema é este planeta Gaia! Ele regula o clima, organiza as estações e fornece abundância de alimentos, beleza, prazer sensual e satisfação espiritual para todas as criaturas. Quando estamos deslumbrados e maravilhados com as atividades da Terra, só podemos nos sentir abençoados e gratos. Quando a comida é servida, enchemo-nos de um sentimento de gratidão. Agradecemos ao cozinheiro e ao agricultor, mas devemos também agradecer à terra, à chuva e ao sol. Devemos até expressar nossa gratidão às minhocas que estão trabalhando dia e noite para manter o solo fértil.... É a beleza inculta que nos alimenta a alma enquanto os frutos da terra alimentam o corpo.

A generosidade e o amor incondicional da Terra por todas as suas criaturas são ilimitados. Nós plantamos uma pequena semente de maçã no solo. Esta pequena semente resulta numa árvore daí a alguns anos e acaba produzindo milhares e milhares de maçãs ano após ano. E tudo isso de uma sementinha, às vezes semeada por si mesma. A árvore não faz discriminação, não faz nenhuma pergunta. Ela oferece seus frutos ao pobre e ao rico, ao santo e ao pecador, ao tolo e ao filósofo, à vespa e ao pássaro. O que mais podemos sentir pela árvore a não ser gratidão?...”

É engraçado que a gente sabe qual o sentimento que sobra dentro de nós quando reclamamos de algo – vazio, oprimido, sem energia e sabemos do sentimento quando somos gratos a alguma coisa – leveza, expansão, liberdade. No entanto, quase como um vício, muitas vezes escolhemos reclamar. O que está por trás dessa escolha? Do que este vício nos protege? Do que temos medo? Me parece então que precisamos examinar essa questão do medo em nossas vidas. E o antídoto ao medo é a confiança. Confiança em si mesmo, confiança no outro, confiança no processo do universo. “Temos o sol para nutrir toda essa vida: temos água para saciar nossa sede e terra para cultivar nossos alimentos. Temos árvores para para produzir frutos e leite maternos para alimentar os bebês. Como disse Juliana de Norwwich:
“Tudo ficará bem, todo o tipo de coisa ficará bem.”

Agradeço então a Mirella pela dica do livro de Satish Kumar – Bússola Espititual.

1 de novembro de 2010

Confiança


Foto de New England tirada por um amigo

Todo mês recebo esta mensagem de Findhorn. Este mês recebi a mensagem do "Anjo da Confiança que partilho aqui com vocês por considerar muito bonita.

Aja a partir de um ponto de sabedoria dentro de você mesma, ao invés de agir por adaptação a uma experiência externa. Livre-se de seus pré-conceitos e de sua necessidade de controlar o processo criativo da vida.

Não importa qual o caminho espiritual em que você se encontre, um senso de paz total se resume apenas numa questão: Você consegue abrir mão da necessidade de controlar sua vida e confiar na existência de forças benevolentes que guiam tudo o que já aconteceu, acontece e acontecerá?

A confiança é o modo como a alma se sintoniza com a lei fundamental da realidade. Há um ritmo profundo que se move através de toda a vida e que não pode ser controlado por nossa vontade. Quando a confiança informa nossa experiência, ela permite que nossa psique relaxe e que nossa alma fique em paz com nossa situação. Podemos descansar numa irrefutável confiança de que o universo provê; de que temos e receberemos aquilo de que realmente necessitamos, e de que a vida é administrável. Na verdade, freqüentemente ultrapassa de longe aquilo que somos capazes de imaginar.

Quando temos muita confiança básica, somos corajosos e assumimos riscos. Não suprimimos nossas competências. Mergulhamos na vida de cabeça, fazendo aquilo que parece ser apropriado, com a confiança de que dará certo. A vida se torna uma história de criação não uma pista de obstáculos.

Sem confiança básica, temos tendência a reagir àquilo que acontece com nosso condicionamento, querendo que nosso processo siga um caminho ou outro. Nós nos apegamos a suposições e resultados predeterminados. Tornamo-nos tensos e contraídos e fazemos o possível para manipular as circunstâncias para que se encaixem em nossos desejos.

Aqui vai uma sugestão para mudar a resposta interna automática a sinais externos. Quando um sinal de trânsito se torna amarelo e há uma distância segura para parar antes dele se tornar vermelho, o que você tende a fazer? Você acelera para conseguir passar? Se a resposta é sim, esta é uma metáfora para o que acontece dentro de você quando sua luz amarela da preocupação se acende – você acelera, tenta com mais afinco, move-se mais depressa, faz mais, todas essas reações sendo respostas de stress advindas do seu condicionamento. Confiança é a habilidade de parar e esperar que a luz verde sinalize a hora de seguir a diante novamente.

Para o mês de novembro, por que não exercitar os freios quando as luzes estiverem amarelas e tirar um momento para pausar, e respirar na confiança e no ritmo mais profundo da vida, enquanto espera que a luz verde novamente sinalize a hora de seguir?

Aumentar nossa confiança e aprofundar nosso relaxamento interno traz a possibilidade de vivermos nossas vidas com amor, apreciação e prazer naquilo que o universo nos dá, com compaixão e bondade naturais pelos outros e por nós mesmos.

Confiança pode aumentar a sua capacidade para criar pensamentos de amor e ações gentis.