Fazia tempo que não encontrava uma criança que não fosse estressada, pensei até que não existisse mais.
Ela andava e corria como uma fadinha por todo jardim segurando sua boneca Lili e corria com tanta leveza, pois tinha a total certeza de que sua mãe estaria alí olhando por ela caso ela precisasse. E por isso ela podia ir e vir com confiança. Um dia ela quis ficar comigo no meu quarto e lá ela me contou histórias enquanto desenhava num papel, o que me levou ao meu tempo de criança. E eu ensinei a ela como se fazia um barquinho de papel... Ela participava de todos as práticas de Yoga e com suavidade se recusava a fazer qualquer coisa que não quisesse.
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Na posição "Savasana" |
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Na posição "Adho Mukha Savanasana" |
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Preferindo observar a fazer o "Utkatasana" |
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Descobrindo sua própria postura |
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Na posição do Sapo |
E essa é uma imagem doce entre outras que guardo de tantas coisas que vivenciei nesse final de semana num retiro cujo tema foi “Como encontrar o equilíbrio e viver em paz num mundo repleto de adversidade.” Vivemos hoje em dia sempre com a sensação de falta, de que se precisa reorganizar alguma coisa. Mesmo tendo tido tantas conquistas de seguranças, de prazeres momentâneos, há algo errado, algo inadequado e, com isso, vem também o desejo de mudanças, de ser diferente, de algo que me transforme e me faça sentir completa, pois mesmo tendo tudo, nada nos completa.
Nessa insatisfação, vamos tentando organizar o mundo a nossa volta para estar bem. Julgamos as pessoas e a nós mesmos. Tentamos mudar as pessoas para estar bem. Com isso, além de gastarmos uma energia grande (porque é impossível organizar o mundo), surge a frustração dos acontecimentos e do fato de as pessoas não serem como gostaríamos que elas fossem. Sem contar que ocupamos um grande espaço em nossa mente que deveríamos usar para outras finalidades. E entendemos que não adianta mudar nada no externo, pois a causa da insatisfação está em nós mesmos. E somente as mudanças internas podem nos ajudar.
É a compreensão disso que nos proporciona um amadurecimento emocional, ou seja, é ter a capacidade de reconhecer que o problema está fundamentalmente em nós mesmos, que a raiz da insatisfação está dentro de nós mesmos. Assim, qualquer estímulo que a outra pessoa, ou o mundo aciona, mexe na nossa insatisfação. Ou entendemos que a condição que temos é momentânea, ou vamos nos sentir vítimas.
Assim temos que criar situações internas para devolver ao mundo ações externas mais produtivas para nós mesmos. O mundo não vai mudar só para que cada um se sinta mais confortável. O esforço é no sentido de reconhecer que o trabalho não é externo. É interno. E esse trabalho é reconhecer que somos seres completos, plenos, independente de qualquer situação. Esse trabalho não é fazer coisas para sermos felizes, mas fazer coisas para ver, para nos vermos, nos reconhecermos e reconhecermos que, na nossa essência, já somos felizes.
E foi fácil ver isso na pequena Mariana que corria com leveza e se encantava com os macaquinhos, com o riozinho, com as flores de cores diferentes, nos mostrando que ela fazia parte de tudo aquilo numa integração com a natureza tão harmoniosa que me inspirou e me fez pensar que eu também posso ser um pouco dessa Mariana.
:)
ResponderExcluirLi o seu post .. e fui seguindo e li o post "Busca"...
Muito bom... estou com todos esses questionamentos.. pior, sentindo-me culpada por ter a "segurança e o prazer que ela proporciona" e ainda assim ter muitos questionamentos... mas fiquei aliviada ao terminar e perceber "que o meu desejo maior, mais do que possuir coisas, o que eu realmente desejo é estar confortável comigo mesmo. Eu desejo a paz. A paz que eu já sou."
Eu precisava ler isso
:) obrigada!!!
saudades
Carol
Linda Carolina
ExcluirFico tão feliz quando as pessoas fazem este tipo de descoberta.
Nadinha de culpa. Temos o que temos, porque estudamos, trabalhamos duro para conseguir o que temos honestamente, sem atropelar ninguém. Portanto nenhuma culpa.
O problema não é ter prazer e possuir coisas, o problema é achar que a vida é só isso. Por isso essa insatisfação eterna que nos impulsiona a sempre pensar... “e a vida é mais o quê?”
Beijos
Zezé Gil
Sensacional , na mosca !!!!
ResponderExcluirJ.P.
Oii Zezé! Ah eu amei o seu blog, lindo!! E a nossa doce fadinha Mariana! rs
ResponderExcluirFoi tudo maravilhoso!!
Um beijo, ahh até quarta!!
Silvana
Zezé
ResponderExcluirGostei muito de conhecer a Mariana. Ela é uma gracinha. Nela ainda existe a inocência e ela interage com o Universo com naturalidade. Todos nós vamos ter que reaprender a agir assim porque nós fazemos parte desse Universo. Com muito carinho
Rudi.