O autor diz que o oposto de Accountability é a “Desculpability” Essa palavra, claro, não existe também no inglês, mas ilustra bem as pessoas que usam a desculpa para todas as coisas que não conseguem realizar. Culpam os pais, o chefe, a empresa, a escola, o vizinho, os governantes – e se colocam como vítimas da própria vida. Já nascemos com a “desculpability” – percebemos isso nas crianças que culpam o irmão para não levarem a culpa. A accountability não é algo nato. Temos que desenvolver essa virtude.
Alguns exemplos de “desculpability”
- Na empresa: “Meu chefe não me avisou...”, “O sistema estava fora do ar...”; “Não recebi o e-mail...”; “Eu não sabia...”; “Sempre foi feito assim...”; “Eu só fiz o que me mandaram...”; “Eu fiz a minha parte...” etc.’
- Na vida pessoal: “Nunca estudei porque era pobre quando criança...”; Não consigo outro trabalho porque o mercado não está aquecido”; “Não sou feliz porque não tenho um namorado”; “Eu queria fazer, mas, mas, mas...”
Por que todos nós nos estressamos com o setor de serviços? Porque ele se alimenta da desculpability. Muitas vezes ouvimos nesses lugares frases como “ Não é nesse setor.” “Tente ligar novamente.” “Não é possível atendê-lo porque a sistema não está funcionando.” “Neste momento as atendentes estão ocupadas”. “O gerente não está”. “A atendente está na hora de almoço”. Recentemente vi uma reportagem na tv sobre um garoto que morreu ao cair de um barranco onde não havia grade de segurança e a jornalista perguntou à Prefeitura de Campinas qual a posição dela em relação ao assunto e a assessoria de imprensa disse que não poderia se pronunciar por que o sistema não funciona aos sábados e não dava para saber quem era responsável por aquela situação.
Alguns exemplos de Accountability.
Accountability é o ato
de trazer pra si a responsabilidade, gerar respostas com resultados.
Tenho uma aluna que dá aulas para crianças
de 0 a 5 anos numa escola pública na periferia de Campinas. Ela sentia a
necessidade de ter um espaço mais bonito onde as crianças pudessem brincar com
segurança. Provavelmente o diretor não tinha feito nada ainda porque não tinha
dinheiro, porque o governo não enviava e... blá-blá-blá. Pois ela conseguiu
arrumar pneus velhos, conseguiu tinta colorida e, sozinha, coloriu os pneus e
colocou no gramado na escola onde as crianças poderiam brincar, plantou
árvores, enfim, melhorou muito local ao invés de ficar reclamando do governo ou
se colocando numa posição de “eu faço minha parte” e só.
Fazer a nossa parte numa
sociedade tão individualista e tão corrompida pela falta de valores universais
é muito pouco. Fazer só aquilo a que somos pagos para fazer é de uma pobreza
intelectual avassaladora.
Ou pegamos nossa vida em
nossas mãos e contribuímos para uma sociedade melhor ou estamos fadados a ser
invadidos pela insatisfação em todas as nossas células. Já descobrimos que não
podemos ser felizes só na base do “vou tirar proveito disso e o outro que se
dane”. Só seremos felizes se incluirmos o outro em nossa vida, se entendermos
que não somos separados do outro e esse outro não é só sua família, é o seu
colega de trabalho, é o seu cliente, é o seu atendente, é o seu aluno, o seu
professor, é o motorista do ônibus, é o amigo de seu amigo. Só seremos felizes
se nos responsabilizarmos pelas situações e ir mais além buscando soluções
criativas.
Como podemos viver uma
vida inteira de maneira comum? Porque não se aventurar a ir um pouco mais
além? Temos esse potencial para sair do
comum e buscar dentro de nós a nossa originalidade. Não somos separados e nem
podemos ficar fora desse planeta. Como preservo a minha própria natureza? Em
que momento vou sair da posição de só receber coisas desse planeta e começar a
contribuir verdadeiramente, devolver por amor tudo que recebemos?
Ser mais accountable é
abrir o seu olhar e ser responsável pelas pequenas decisões do dia a dia, é ter
resiliência, tolerância.
“A busca competitiva e
obstinada por metas externas, como dinheiro, imagem e status, se for bem
sucedida, pode trazer breves momentos de
prazer – mas não de felicidade. A felicidade é um estado de espírito. Já as metas
internas de crescimento pessoal, respostas a desafios e o desejo genuíno de
ajudar, trazem um sentimento de prazer duradouro e são determinantes para que
uma pessoa seja feliz, porque elas nos conectam e nos aproximam uns dos outros.
Compaixão é o sentimento básico para se doar de forma genuína ao outro, é a
base para um mundo melhor.” J. Cordeiro.
“A abelha operosa no meio de um
lixo imundo
sempre encontra um lugar doce.
A mosca em uma flor
sempre encontra algo fedido,
algum excremento onde ela pode
pousar.
Como você quer viver?
Abelhamente ou moscamente?”
- Professor Hermógenes -
Muito bom seu texto Zezé,
ResponderExcluirMuitas ferramentas (virtudes) e pouca experiência em seu uso.
A hora é agora, não dá mais prá adiar, prá ninguém, chega de "desculpabilities"
Grata sempre!
Beijos,
Adriana
ps. não consegui publicar no blog...
Zezé
ResponderExcluirComo sempre, adorei seu texto
Roseli
Excelentes reflexões, Zezé. Minhas congratulabilities pra você.
ResponderExcluirMário Frigéri
oi Zezé,
ResponderExcluirmuito legal essa mensagem.
estou justamente trabalhando minha responsabilidade pessoal.
ser responsável por si mesmo é gerar e aumentar a auto estima.
beijos e ótima semana,
Eliana
Que lindo Zezé... acho que o seu 'lado escritora' tá aflorando mais e mais a cada dia... aprendi uma nova palavra 'in English" !!!! Beijo! Helena
ResponderExcluirSHOW!
ResponderExcluirLígia
Ah Zezé... sempre bom passar por aqui :)
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