Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

8 de maio de 2010

Borboleta

Sexta feira de manhã é dia de praticar yoga. Como é bom fazer exercícios com o corpo conscientemente. O benefício da prática do yoga me faz serenar a mente à medida em que, através dos exercícios, vou deixando os pensamentos fluírem e vou sentindo o sentimento que aflora sem qualquer medo.
Descobri que os pensamentos a gente observa e os deixa ir e os sentimentos a gente sente. Quaisquer que sejam eles. A Sandra, instrutora, sempre recita um pequeno mantra antes de começar a prática. Naquela manhã, como nas outras, fechamos os olhos, juntamos as mãos em frente ao peito e ouvimos o mantra. No meio desse pequeno momento sinto algo se mexendo no meio de minhas mãos fechadas.
Abro-as e delas sai uma minúscula borboleta. Liberta, ao invés de fugir para a claridade que vinha da janela, voou suavemente e pousou no chão ao meu lado.
Fiquei surpresa. Não com seu voo suave, sua permanência por ali, mas me intrigou, por um momento, ela estar presa entre minhas mãos. Como foi que ela entrou lá? Nesse momento, uma sensação muito boa me invadiu. Não, eu não precisava pensar, apenas sentir aquele momento.

A pequena borboleta ficou no chão do meu lado, quase imóvel. Pensei que pudesse estar morta. No meio da prática, quando Sandra nos pediu para deitar e abrir os braços lateralmente, tive cuidado para não machucar a borboleta. Nesse momento, ela alçou vôo e, suavemente, pousou na ponta de meu polegar. Permiti que ela ficasse lá. Quando precisei levantar, ela novamente foi para o chão, no mesmo lugar de antes, e ficou lá por todo o tempo. No final dos cerca de 90 minutos da prática, eu já havia me esquecido dela e estávamos novamente sentadas no mat. Fizemos então uma pequena meditação. Quando abri meus olhos ela estava na minha frente. E lá ficou até eu agradecer ao universo pela prática e pela companhia tão suave daquela manhã.
Fiquei pensando hoje na importância de sentir sem precisar explicar tudo racionalmente. Tentasse eu entender como a borboleta foi parar na minha mão e teria perdido a mais agradável experiência daquela manhã.

8 comentários:

  1. Lindo! E como você disse: há coisas e momentos na vida que se tentarmos entender ou explicar perdem a magia. Parabéns pelo seu blog.

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  2. Bonito e inspirador Zezé. A gente precisa fazer cada vez mais isso: Perceber as coisas e não fazer esforço para entendê-las ou explicá-las. Uma ação sem ação. Sem expectativas. Beijão!
    Marcos Guilherme

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  3. Parabéns, o mundo precisa de pessoas como você para fazer a diferença.

    Léa Macedo

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  4. Minha mãe sempre disse que borboleta significa sorte...

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  5. Zezé, não te conheço, mas "sinto" que você é um ser humano especial. Acho que essa borboleta de alguma forma "sente" isso também.
    Parabéns pelo seu blog. Serei uma visitante assídua.

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  6. Obrigada, Zeze', por compartilhar estes momentos tao lindos e inspiradores.
    Cristina

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  7. Linda experiência Zezé!!!
    Bj Paula

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  8. quando você me contou, senti a serenidade que você sentiu ... que linda experiência :)
    beijos

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