A quantidade de tempo que as pessoas passam
no trabalho hoje faz com que elas comecem a pensar na qualidade de vida, no que
está perdendo com sua família e com sua própria vida. Sem ver saída para isso,
muitas pessoas se deprimem e vivem uma vida sem prazeres, sem usar a capacidade
que têm de criar outras possibilidades.
Li um artigo de Leonhard Widrich intitulado
“A origem das 8 horas de trabalho e porque devemos repensá-las” que achei
interessante. Encontrei ali algumas dicas.
Ele começa explicando de quem foi a idéia
de trabalharmos 8 horas por dia: “A resposta está escondida na história da
Revolução Industrial. No final do século 18, quando as empresas começaram a
maximizar seus lucros, as fábricas funcionavam sem parar, em regime 24/7. Para
tornar as coisas mais eficientes, as pessoas tinham que trabalhar mais. A norma
era que as pessoas trabalhassem entre 10 e 16 horas.
Essas
horas laborais incrivelmente longas estavam insustentáveis até que um homem
corajoso chamado Robert Owen começou uma campanha para que essas pessoas não
trabalhassem mais que 8 horas por dia. Seu slogan era: "oito horas de
trabalho, oito horas de lazer, oito horas de descanso. Não demorou muito para
que a Ford implementasse em 1914, as oito horas diárias. Para a surpresa de muitas
indústrias, isso resultou na mesma produtividade desses trabalhadores, mas em
menos horas, aumentando a margem de lucro da Ford no período de dois anos. Isso
incentivou outras companhias a adotarem um padrão de oito horas para os seus
empregados.
Ele ainda sugere que a quantidade de horas
que trabalhamos não é um fator decisivo para a sua eficiência ou produtividade
e é pouco importante na economia criativa de hoje. Ele cita o autor Tony
Schwatz que diz que o foco deve estar na sua energia e não no seu tempo e que,
como humanos, temos 4 tipos de energia para administrar todos os dias:
1.
Sua energia física - Quão saudável você está?
2.
Sua energia emocional - Você está feliz?
3.
Sua energia mental - Você está conseguindo se concentrar?
4.
Sua energia espiritual - Por que você está fazendo tudo isso? Qual o propósito?
Uma
das coisas que nós esquecemos é que, como humanos, nós somos diferentes das
máquinas. Na essência, isso significa que as máquinas funcionam de forma linear
e humanos se movem em ciclos. Para ter um dia produtivo, que respeite nossa
natureza humana, a primeira coisa a se fazer é focar nos ritmos ultradianos. O
entendimento básico é que a mente humana pode se concentrar em qualquer tarefa
por 90 a 120 minutos. Após isso, é necessário um intervalo de 20 a 30 minutos
para nós nos renovarmos e atingirmos uma boa performance para a próxima
atividade.
Ele sugere então que, ao invés de pensarmos
no que eu posso fazer em 8 horas, poderíamos pensar em o que eu posso fazer
numa sessão de 90 minutos. É preciso dividir tudo em intervalos de 90 minutos.
Isso faz com que o trabalho flua com mais concentração, pois o cérebro utiliza
um processo de 2 passos:
1 - Aumento da sensibilidade - Significa que você pode ver uma cena e pegar as informações
apresentadas. Então, você foca naquilo que precisa da sua atenção. "Como
uma foto embaçada que lentamente vai se focando", descreve Lifehacker.
2 - Seleção eficiente - Isto é o "zoom" de quando estamos realizando uma tarefa. Isso
nos permite entrar na chama de estado de fluidez.
Agora nosso trabalho começa de verdade.
E assim é necessário para transformar sua
estrutura cerebral de aprendizado para o foco:
- Parar de fazer várias tarefas para evitar
se distrair no seu ambiente de trabalho
- Eliminar as distrações mesmo quando você
só tiver apenas uma tarefa para cumprir
Ele também coloca algumas dicas para
melhorar seu dia de trabalho:
- Aumente a relevância das tarefas
> Muitos de nós ainda se esforçam para
encontrar foco, especialmente se ninguém estabeleceu um deadline.
Substituir seu sistema de atenção e criar seu próprio deadline, junto a
uma recompensa, mostrou ser uma das melhores maneiras de melhorar o desempenho
para completar as tarefas, de acordo com o pesquisador Keikuke Fukuda.
- Divida o seu dia em períodos de 90
minutos > Em vez de olhar para 8, 6 ou 10 horas de
trabalho, divida o dia e perceba que você tem quatro, cinco ou tantos períodos
de 90 minutos. Dessa forma, você terá tarefas que pode fazer todos os dias com
mais facilidade.
- Planeje seu descanso para que você
possa de fato descansar > “A pessoa que está
mais em forma não é aquela que corre a maior distância, mas a que otimizou seu
tempo de descanso", disse Tony Schwartz. Muitas vezes, nós estamos tão
ocupados planejando o nosso trabalho, que esquecemos 'como' descansar",
afirma. Planeje de antemão o que vai fazer no seu descanso. Aqui algumas
ideias: dormir, ler, meditar, lanchar.
O importante mesmo é saber que o seu
trabalho faz parte de sua vida como tantas outras coisas. E ele pode ser
prazeroso e gerar satisfação interna. Para equilibrarmos tudo isso é necessário
um profundo autoestudo para descobrir se podemos ser seres inteiros e completos
fazendo o trabalho que estamos fazendo. Através dele aprendemos coisas técnicas
e principalmente aprendemos a nos relacionar com o outro e conosco mesmo. A
todo tempo nos questionamos se sabermos colocar limites, se sabemos dizer não,
se aceitamos a diferença do outro, se
não agredimos o outro e a nós mesmos. Clareamos nossos valores internos para
checar se o que estamos fazendo bate com eles ou me afasta deles nos tornando
pessoas não confiáveis a nós mesmos, já que pensamos uma coisa e fazemos outra.
Sejam 8, 6 ou 4 horas, é
importante que possamos lembrar que não somos só o papel que representamos
profissionalmente. Temos mais papeis a desempenhar na vida. E ao desempenhar
esses papéis percebemos mais profundamente que não somos de fato esses papeis,
somos mais que tudo isso. Temos um aprendizado a viver nessa existência e não
devemos nem podemos nos perder de nós mesmos.
Adorei o texto, Zezé!
ResponderExcluirMuito bom pra refletir...
Iris
ResponderExcluiradorei o texto, e só reforça o que vem sendo escancarado pra mim nesses últimos
tempos :)
o curso de coaching que te falei também menciona os ciclos e que devemos "gerenciar" nossa energia e não o tempo, já que é uma constante de 24h , sempre!!
estou no meio, ainda, e por isso não dá pra concluir nada!!
morrendo de saudade de vc!
abração arroxado
Carol Lima
Pois é Zézé...vamos lá... em busca de mais energia e vigor, pois eles nos impulsionam a cumprir estas jornadas doidas...
ResponderExcluirParabéns pelos textos!
Beijos,
Adriana
Oi Zezé... este texto foi muito interessante. Além disto fiquei refletindo... Eu estava imaginando quanto de lazer é descontado nos engarrafamentos das grandes urbes (2 a 4 horas?) durante a semana ou na volta do domingo. Momentos poucos sudáveis que retiram o lazer. Todas estas excelentes propostas do texto me fizeram pensar num "sentido de lazer" em qualquer atividade de trabalho cotidiano. Algo assim como a descoberta de um humor que modifica o cotidiano. Lembra como era retirar-se um tempo para meditar em silêncio e depois passou-se a incorporar também a prática da meditação desta vez na ação? (num estado de atenção plena). Bom... dado que em algumas tribos u horário delas era de 4 horas de trabalho físico e o restante era dedicado a lazer/familia/tribu/ritual e por separado as horas de sono...acho que ainda poderíamos sonhar-criar um maior equilíbrio para tudo isto. Não custa verdade?... Para quem tiver a chance de diminuir hábitos de consumo inecessário por hábitos de maior saúde e simplicidade há maior chance de conseguir este equilíbrio melhor distribuído descontando horas de trabalho para ganar este tempo disponível a outras atividades. Para quem trabalha na risca do pão de cada dia suas 8 horas apenas para o básico do básico e ás vezes nem chega... (ou mais horas)fica a chance de ter mais tempo para orar para que o seu contratante tome consciência do seu salário e aproveitar o dia em descobrir como acrescentar mais motivação na sua vida sem deixar-se levar pela tristeza. Para quem é viciado (sem necessidade real)em trabalho e que comunmente descuida o seu entorno social, como sua saúde e lazer (14 a 16 horas? e uma forma de pobreza também, )meus pêsames, melhor visitar alguma tribo... No final o ser humano vê no trabalho apenas sustento ou também desenvolvimento pessoal, socialização, felicidade e a oportunidade de um serviço? Sem estes cinco pilares a vida fica meio complicada... Um dia o ser humano descobre a melhor transição a caminhos leves... Um abraço. Lindo texto, Gavenda
ResponderExcluirZezé,
ResponderExcluirAdorei!!! Parabéns.
Bjs,
Lígia