Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

8 de dezembro de 2013

"DEZEMBRITE'

Ontem ouvi do meu professor de Yoga a palavra “dezembrite”. Gostei dessa palavra, pois ela expressa mesmo o que acontece nesse mês de dezembro.

É só ir ao shopping e observar uma ansiedade no ar dos adultos e crianças. Os pais querendo compensar crianças por todo o ano que passaram sem eles, os filhos cobrando dos pais presentes caríssimos como se isso fosse uma valorização de seus pais. E todos querem comprar, gastar sem se dar conta do que isso representa de fato. Também tem aquela história de fechar ciclos. Fechar ciclos é muito bom, mas às vezes achamos que todos os ciclos se finalizam no dia 31 de dezembro. Aí saímos fazendo coisas. Vamos para a academia para emagrecer os quilos que tínhamos nos prometido no início de ano e depois engordamos tudo entre Natal e ano novo. Os professores nessa época também ficam com “dezembrite”, pois têm que entregar notas, corrigir provas, falar com pais de professores etc etc. Os alunos têm que tirar a nota ideal para fechar “este ano”, como se só agora ele fosse aprender o conteúdo. As empresas estão no fechamento do ano e as contas têm que bater, o lucro tem que aparecer e todos os funcionários também ficam com “dezembrite”. 

“Dezembrite” faz com que a gente fique voltado para fora sem contato interno e saímos como robôs fazendo o que todo mundo faz sem se questionar. Corremos contra o tempo para poder fechar todos os ciclos no último dia do ano. Mas eis que chega o primeiro dia do ano seguinte e, se olharmos pra dentro, nada fechou exatamente.

Incrível, tudo está lá para ser vivido, compreendido, assimilado. Os obstáculos mentais estão lá para serem ultrapassados – a mudança que eu queria não aconteceu porque coloquei minha energia no exterior, nos objetos e não capacitei minha mente para viver os obstáculos internos e externos. Poxa, pensei que se o ano acabasse tudo estaria novinho em folha! Nada mudou verdadeiramente. As mudanças são consequências. Eu trabalho minha mente, eu a capacito e o resultado é a mudança. O caminho para isso não são os opostos: é o caminho do meio, é a consciência do que é mesmo importante, do que é essencial.

Um remédio "antidezembrite" é a gratidão e a atenção no seu foco interno. Gratidão porque é um sentimento que te equilibra, te acomoda em qualquer situação e a atenção ao seu foco que faz você saber quem você é e para onde está indo. Se você sabe para onde está indo, ninguém e nada te leva a outro lugar ou te distrai de seus objetivos mais íntimos.

Que esse momento cheio de agitação econômica misturada com a agitação emocional seja de paz interna, gratidão e observância de si mesmo.

3 comentários:

  1. Zezé,

    Dezembro para mim é também um mês de reflexão e análise do ano que está terminando. Verificar minhas ações e omissões para tentar melhorar para o ano que se inicia.... Beijos

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  2. Pois é querida Zezé...como sempre...muita reflexão para tirar de suas palavras...
    Vou me auto-observar nestes sintomas, e tomar boas doses de sua "poção" recomendada...rsrs...
    Gratidão à vc!
    Beijos,
    Dri-Yoga

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  3. Já me livrei da dezembrite, janeirite, fevereitite, mesmo que aqui no Brasil o ano começe em Abril, o que procuro viver mesmo amiga Zezé é o "Agorite"...sem artrites...rsrsrs. Adorei brincar com os trocadilhos. Beijos, Eliane New

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