Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

13 de junho de 2010

Lidar com Emoções


Já lhe fizeram aquela pergunta: por que eu compreendo essa situação mentalmente de uma forma, mas sinto outra coisa? Na verdade ainda não sabemos lidar com nossas emoções. As emoções são pura energia. Sempre que sentimos uma emoção, o nível de energia em nosso corpo aumenta, principalmente quando reprimida há muito tempo.

Quando minha mente está agitada, consigo acalmá-la sentando quietamente e observo os pensamentos e deixo-os passar. Comentava isso com minha instrutora de Yoga dizendo que ao fazer isso com as emoções eu não conseguia. Ao contrário, eu era tragada por elas.

E ela me disse “Ah. Sim. É que os pensamentos a gente os observa e as emoções a gente tem que senti-las sem julgamento e deixá-las passar.” E me sugeriu o livro "Sistema de Memória da Alma" de Susan Kerr de onde tiro algumas idéias.

Ufa! Só isso? Então vou praticar isso essa semana.

Bom, na verdade não era tão simples assim.
Ao me permitir sentir as emoções, percebi que tinha que primeiramente aceitar que elas existiam. Sempre que algo acontece e eu me aborreço, paro e pergunto o que estou sentindo. No início senti que isso já é bastante difícil.
Percebi então que, ao me concentrar naquela emoção, eu tinha toda minha atenção em alguma musculatura ou alguma sensação física. Vinha o medo e esse era o sinal de que a emoção estava aflorando.
Eu me perguntava: qual o problema de sentir essa emoção? Muitas vezes não tinha razão alguma por trás daquele medo. O medo sempre está relacionado com o passado ou com o futuro. Mas eu tinha de estar no presente. Sentindo a emoção e as sensações do meu corpo. O medo diminui e a gente consegue dar nome a essa emoção, ou seja, você a traz à consciência.

Deixar que essa emoção flua naturalmente e não permitir que o cérebro a bloqueie é o maior desafio. Mas a saída é a concentração nas sensações físicas. Usei um exercício para ajudar nisso. “Pense na emoção como energia. Permita-se senti-la ao máximo. Imagine um balão e o encha com toda a dor e a angústia do sentimento. Veja-o se encher e se expandir cada vez mais. Imagine que esse balão se abra. Deixe toda dor sair. A dor emocional é energia que está saindo de seu corpo.”

Depois que sentimos completamente a emoção devemos nos lembrar em que momento aquele padrão da emoção foi criado e, como aí não está mais escondido no subconsciente, evitamos então que outras situações com o mesmo padrão emocional ocorram. Mas se, mesmo assim, aparecerem tais situações, elas nos atingirão com um impacto muito menor, pois já teremos registrado a experiência de termos aquela emoção e sobrevivermos a ela. Portanto, vamos superá-la.

Quando uma emoção é totalmente trabalhada, há um grande alívio por termos desbloqueado a energia.

Não, não, ainda não consegui fazer todo o processo. Ainda estou na fase da pergunta: qual o problema de eu sentir essa emoção? Mas só com isso já percebo que muda o nível da nossa consciência. O trabalho interno leva algum tempo, mas é libertador à medida que aprendemos a ter responsabilidade perante tudo que nos acontece.

Um discípulo que seria o substituto de seu mestre pergunta:
“Mestre, como posso ser um 'verdadeiro mestre',
se eu ainda sinto raiva, sinto ciúmes,
sinto medo, sinto inveja?"
O mestre olhou-o longamente e disse:
“Filho, se você fizesse essa mesma pergunta diretamente a Deus,
sabe o que ele responderia?”
"Não mestre, o que ele responderia?"
Ele responderia:
“Filho, se eu fosse você, eu sentiria a mesma coisa.”

Um comentário:

  1. Eh mesmo. Os pensamentos dá dor de cabeca mas aqueles emoções às vezes são mais complicados um pouco. Legal Ze

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