Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

15 de março de 2011

Uma ecovila


Onde se realizam os cursos - visão privilegiada

Esse ano, minha professora de Yoga deixou de ser minha professora de Yoga. Ela foi ter uma outra experiência em uma ecovila.

Domingo resolvi então, junto com minha amiga Maria, visitar essa ecovila chamada “Parque Ecológico Visão Futuro” que tem como objetivo se tornar um modelo de desenvolvimento rural integrado e sustentável, construindo uma economia solidária e autossuficiente, provendo alimento, educação, saúde e habitação aos seus integrantes.

Eles têm diversos projetos interessantes com uma abordagem abrangente onde, como diz Susan Andrews,  “somos todos conectados não só na família da humanidade, mas na família de toda criação”.

Pausa para um suco e bolo de banana


Foi muito bom andar naquele verde reluzente. Enquanto caminhávamos, pudemos ver as instalações ecológicas – cata-ventos, aquecimento solar, tratamento biológico da água de esgoto, reciclagem de água, agricultura orgânica e compostagem, a horta de plantas medicinais, cujo laboratório fitoterápico produz medicamentos ayrvédicos, tudo compartilhado com o público em geral em programas abertos.

Jardim de ervas medicinais
 Também existe a creche CreSer onde as crianças da região aprendem a ler e a escrever e também desenvolvem automotivação, dignidade, valores éticos e amor para com todos os seres, incluindo o que se chama de “Alfabetização Emocional", cuja essência é despertar nas crianças a empatia pela vida como um todo.

Uma visão privilegiada

Sala de meditação
Durante o tour, um guia nos mostra os lugares e explica tudo. “Uma micro-destilaria de álcool faz parte da nossa meta de 'Soberania Alimentar e Energética'. A cana de açúcar não é cultivada de forma intensiva e extensiva, mas sim consorciada com feijão, girassol e mandioca. Com isso, além de produzirmos a energia renovável que abastece os nossos veículos, produzimos alimentos para os moradores e para o bairro no nosso entorno.”

Existe também o “Programa Transforma” que é um conjunto de estratégias para introduzir mudanças mais eficientes e conscientes nas empresas para gerar uma nova cultura de sinergia entre o indivíduo, a equipe, a instituição e a comunidade - mudanças profundas baseadas em valores éticos, transformando os participantes por meio do crescimento interior.

Eles também trabalham com a proposta da Felicidade Interna Bruta (FIB) que é um indicador criado no Butão como um novo paradigma de indicador de progresso, e que mede a verdadeira riqueza de uma comunidade (bom padrão de vida econômica, boa governança, educação de qualidade, boa saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, gestão equilibrada do tempo e bem estar psicológico). Esses indicadores foram desenvolvidos por pesquisadores internacionais, com o apoio das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com o objetivo de mobilizar a cidadania (adultos, jovens e crianças) em prol do bem-estar coletivo nas nove dimensões do Indicador FIB.

Isso é feito através da coleta de dados a partir do questionário FIB, ministrado pelos jovens do bairro, seguido de uma série de reuniões na comunidade para incentivar o protagonismo da população na busca contínua da felicidade individual e comunitária.

Depois disso, uma nova abordagem de “Educação para Felicidade” é introduzida nas instituições de ensino locais, com a finalidade de promover valores positivos nas crianças e nos jovens, de uma forma lúdica e duradoura, e também para proporcionar seu desenvolvimento integral através de técnicas de harmonização corpo-mente. A plena expressão do potencial de liderança é estimulada nas crianças - tornando-as “Agentes de Alegria” que inspiram e motivam os adultos - e nos jovens que atuam como dinâmicos parceiros dos adultos no movimento a favor do bem-estar coletivo e do desenvolvimento sustentável local.

Atualmente, esses indicadores estão sendo implementados não somente no Butão, mas também em outros países do mundo, tais como Inglaterra, EUA, Tailândia e Canadá, bem como em cidades no Brasil.

Conhecer a Susan Andrews também foi muito bom. Terminei o domingo com um ótimo sentimento de agradecimento por saber que existem tantas pessoas incansáveis construindo, aos pouquinhos, relações mais eficientes que nos apóiam em nossa expansão de consciência.
Um dos cantinhos do Parque

7 comentários:

  1. Oi, Zezé!
    Que lugar lindo! Certamente quero ir conhecer...
    Mais uma ótima experência - e referência.
    Um beijo!

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  2. Aha! Acabei de ver seu recadinho no meu blog!
    É bem provável que voltarei ao Brasil em maio...

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  3. Brigadao Ze,
    Fui muito bom ler sua blog hoje. Estou muito deprimida estes dias e abalada com os aconticimentos no Japao e no mundo seu blog restaurou a minha esperanca e colocou meus pensamentos no lugar certo.
    Com carinho,
    Debra

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  4. Olá Zezé!
    Parabéns pelo seu blog!
    Sempre tem algo muito bom e lindo a nos oferecer.
    É muito agradável ler cada linha do que nos relata.
    Outro dia estava lendo a seu relato a respeito na sua ida a Inglaterra , achei 10 sua coragem e determinação.
    Obrigada por compartilhar tantas histórias lindas.
    Beijos com saudades!
    Rosana

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  5. Oi, Zezé!
    O Parque Ecológico é um lugar muito especial mesmo! Quando fui fazer a formação em biopsicologia, nós éramos acordados por um "anjo" tocando violão e cantando o mantra "Baba nam kevalam" (tudo é a expressão do Amor Supremo). Achei que estava no céu...

    Os projetos são maravilhosos e muito consistentes. A Susan é uma grande mentora desse trabalho formidável.

    Beijo
    Sandra Felicidade

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  6. Zezé, querida
    Que delícia ler o seu texto sobre o Parque. Já encaminhei para todo mundo aqui, inclusive para a Suasan. Depois me conta mais do que você achou.
    Queria muito ter te encontrado aqui, mas foi justamente o dia que já estava marcado de eu ir para Tatuí num workshop a muito tempo. E aí, se animou para vir fazer o Biopsicologia??
    E como andam as coisas por aí?
    Sandra Rosa

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