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Bri Maya Tiwari fala em seu livro “O Caminho da Prática”:
“À medida que descobrimos
mais sobre nós mesmos, sobre nossas forças e fraquezas, também aprendemos mais
sobre o corpo, a mente e o espírito, e seu poder. Percebemos nossa capacidade
inata de cura. Adotamos a convicção de que a doença se origina dentro de nós e,
portanto a cura deve vir do mesmo lugar. A falta de paz, o desconforto ou a
doença são razões suficientes para penetrarmos mais fundo dentro de nós mesmos,
examinando onde é preciso fazer alterações para curar nossos corpos, nossos
sentimentos ou nossas vidas.
Aceitamos a dor ou o
desconforto como um trabalho a ser feito. Cada um de nós é um ser único,
ninguém pode fazer o dever de casa em nosso lugar. Não podemos sequer depender
da benevolência do universo para nos salvar. Ele nos dará apoio, nos fará
enxergar onde foi que nós saímos do ponto de equilíbrio e sempre nos permitirá
o realinhamento com esse ponto. Mas é preciso fazermos o trabalho de autoquestionamento
e de cura apropriado para a nossa vida interior e exterior. Toda dor é um
lembrete de que nos afastamos dos ritmos naturais da vida. Os obstáculos e
desafios da vida cotidiana são oportunidades para aprender mais sobre você
mesmo e seus pontos forte.”
Estive
nesses últimos meses com problemas no meu ouvido o que me levou a ficar quieta,
pois não podia ler ou ficar muito tempo no computador, não podia fazer certos
movimentos e, portanto minha prática diária de Yoga teve que ser diferente,
enfim estava vivendo uma limitação intensa e precisei respeitar isso. Então o
jeito era me aquietar.

Apesar disso durar 3 meses
- e tinha dia que isso parecia ser infinito - eu sempre pensava que um dia isso
ia passar, assim como tudo na vida.
Lembrei-me
das várias vezes em que fiquei doente quando era criança. Primeiro eu nasci com
um olho que lagrimejava e com um mês de idade o médico disse a minha mãe que
faria uma pequena operação. Isso foi numa segunda-feira. No sábado, minha mãe
foi à igreja Sta. Luzia e pediu por mim. Resultado, o médico no dia da cirurgia
disse que não entendia, mas o problema tinha desaparecido. Depois, minha
infância foi marcada de crises de bronquites e remédios. Minha mãe sempre me
ensinou como viver uma crise. Pedia pra me acalmar e perceber que o remédio, o
chá e a comida estavam entrando na corrente sanguínea e que a partir daí o
corpo ia entender que era pra melhorar. E melhorava! Eu ficava quietinha na
cama esperando a cura e ela sempre veio.
E
eu acho que foi aí que entendi que nas horas que estamos doentes, precisamos
nos aquietar, nos acolher. É um momento que podemos parar e pensar no que
estamos comendo, no que estamos pensando, como estamos respirando, qual a
qualidade de vida que estamos levando, que sentimentos estamos cultivando em
nós. O que é mesmo essencial na vida é perceber se estamos vivendo em harmonia
com a natureza.
“Quando permanecemos atentos a cada instante
preenchendo nossos dias com as práticas nutrientes que regeneram o corpo, a
mente e o espírito, curamos a nós mesmos e ajudamos os outros a se curarem.”