Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

23 de novembro de 2012

Expressão


"O serviço se transforma em autorrealização
quando você descobre o lugar em que sua alegria
 profunda e a fome do mundo se encontram"
(Frederick Buechner)

 
Tenho ouvido de alguns adolescentes palavras de angústias porque não sabem o que querem fazer, não sabem nem mesmo que curso universitário escolher, porque não sabem nem mesmo do que gostam. Algo bem compreensível ao pensar que a escola ensina coisas dizendo que saber aquilo que ensinam vai ser bom porque vai cair no vestibular. Pensei que o que aprendemos deveria ser bom para a vida, para eu me conhecer melhor, para eu saber como posso contribuir no mundo em que eu e minha espécie moramos temporariamente. Ao invés disso nosso ensino empobrece dizendo todos os anos que o que estudamos é para ir bem no vestibular.
 
Mas nesse mundo atual, em que os valores estão mais ligados ao ter e não ao ser, vamos nos perdendo porque nos identificamos com as coisas que temos e depositamos nelas todas as nossas fichas para a nossa felicidade. E como podemos contribuir para a sociedade se não sabemos nem mesmo quais são os valores que dão suporte à nossa existência? 
 
Acabamos vivendo as coisas comuns, tendo ideias comuns, trabalhando em coisas que não nos satisfazem. 
 
E lá pelos 50 anos começamos a segunda versão da adolescência, com as mesmas perguntas: o que vou fazer agora? E ficamos agora com mais tempo pensando qual seria nossa vocação. Como podemos nos expressar no mundo? É um momento muito intenso onde podemos ser o que quisermos. É como se descobríssemos que temos todas as potencialidades dentro de nós e só precisamos descobrir onde usá-las.
 
No livro A Prática de Vida Integral, os autores dizem que para encontrar a nossa vocação, temos que atender aos chamados que a vida vai fazendo. Dizem eles:
 
"Às vezes, a vida nos manda sinais. Como parte do processo de crescimento, você vai aprender a reconhecê-los. Quando você percebe que está sempre envolvido na mesma dinâmica, seja no trabalho seja nos relacionamentos, é bom ficar atento. Você pode estar recebendo um chamado para aprender lições profundas e importantes. Sonhos recorrentes podem conter mensagens ocultas. Estranhas coincidências podem indicar passagens inesperadas para um novo terreno. Palavras ou músicas que ressoam muito profundamente e o acompanham podem conter indícios. Essas indicações podem ajudá-lo a elucidar uma escolha fundamental ou apontar para uma dimensão do seu ser que precisa se revelar.
 
Às vezes, o chamado pode desafiá-lo com mais vigor, exigindo que você reavalie o significado e a direção da sua vida. Você pode perder o emprego ou o relacionamento. Inversamente pode receber uma oferta de um emprego inesperada e importante ou deparar com outra oportunidade positiva capaz de mudar a sua vida. A morte de alguém ou um acidente podem mudar curso da nossa vida. Assim como um caso de amor ou um súbito golpe de sorte.
 
Tudo que você pode fazer é prestar atenção e estar disposto a atender ao chamado quando a vida lhe fala. Algumas dessas lições podem ser brutais. Outras podem ser estranhamente delicadas. Cada instrução o prepara de maneira especial para o que está por vir. Cada experiência desempenha um papel no processo de moldar a forma única da sua contribuição para o Kosmos e para a sua comunidade.
 
Quando definir qual é o seu serviço, você não terá outra escolha além de realizá-lo . Há uma vitalidade, uma força vital, uma energia que por meio de você se transforma em ação, e como você é único em todos os tempos, essa expressão é única. Se você a reprimir, ela nunca existirá através de outro meio e se perderá. O mundo não a terá.
 
 

4 comentários:

  1. Muito legal, Zezé! Se você não manifestar o seu dom, o mundo não o terá... ;-) Beijo.

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  2. Ótimo , bem apropriado ao momento.
    Enviei para os sobrinhos e neta
    Abs

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  3. Lindo texto, ótimo toque amiga Zezé...bjs

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  4. Resposta de minha neta quando mandei pra ela.

    Adorei o texto!
    Era exatamente o papo que eu tive com a Tata ontem na sua casa. Que a vida manda sinais, e precisamos estar atentos, porque as vezes bate aquela insegurança mesmo, aquelas perguntas básicas: que vou fazer mais pra frente? tô no caminho certo? Eu sempre me pego perguntando isso.
    Adorei mesmo o texto vô, brigadinha!

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