Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

3 de outubro de 2010

Equilíbrio


Lilly - Professora de Yoga
A semana foi mesmo muito interessante. Parte da placa mãe de meu lap top deu problema. Aprendi que placa mãe é a que conecta tudo e tudo é conectado nela. O computador do Edmilson também pifou. Depois foi meu pen-drive que parou e não consegui mais ouvir minhas músicas prediletas no carro enquanto ia ao trabalho. A TV parou por um período. E o gravador (aquele que usa fita cassete) que uso nas minhas aulas de inglês também quebrou. Ufa! Urgente, precisava solucionar pelo menos o problema da gravador. Fui até a loja e disse a atendente que eu queria um igual a esse. E mostrei a ela o tal gravador. Ela olhou, olhou e me perguntou: “O que é isso?” Provavelmente a jovem atendente não sabia que lá dentro se colocava uma fita que ia rodando, rodando e gravando ou emitindo sons. Procurei em todas as lojas de Campinas, Internet e nada. Ninguém comercializa esse “gadget”. Que fazer? Fui até uma loja especializada nos modernos aparelhos e expliquei o que eu queria e descobri um celular onde eu podia colocar lá dentro todos os meu 18 cds contendo as aulas de inglês. Simples, me disse um vendedor gaúcho, simpático, atencioso e eficiente numa loja terceirizada da Vivo. Como? Eu não precisaria mais usar nada? Só o celular? Ok, comprei o celular e passei o fim de semana transportando tudo para aquele minúsculo aparelhinho. Mas acabei gostando muito.

Estou contanto essa história que a princípio parece simples, mas foi um intenso trabalho interno. O Edmilson foi aparando todos os momentos mais desafiantes com seu conhecimento e com sua persistência em transpor o que ainda não domina. Eu tentava manter a calma para entender o que estava acontecendo. Algumas vezes foi difícil, pois tudo que eu precisava fazer esbarrava em um desses aparelhos que se recusaram a funcionar. Vários sentimentos afloraram e eu fiquei observando e usando muito as técnicas de respiração. Era um momento de me aquietar. Não, o mundo não estava contra mim. Era uma oportunidade a mais para olhar para dentro de mim e me centrar cada vez mais. Pensava sempre em umas posições do Yoga onde a gente tenta ficar em equilíbrio mesmo quando seu corpo está numa posição não convencional. E para equilibrar, temos que olhar para um foco, ativar o seu corpo e descansar na respiração. Sem isso, desequilibramos e caímos. Mas, mesmo ao desequilibrar e cair, a gente pode retomar, focar, respirar, ativar o corpo e tentar se equilibrar novamente.

Na minha aventura com os eletrônicos foi constante esse exercício, pois não era só lidar com os aparelhos quebrados, mas também ter que aprender essa outra linguagem, sair do velho e aceitar o novo, se adaptar sem resistência. Aceitar tudo o que vem e aceitar que o novo pode ser bom se nos abrirmos a ele.

Foi assim que tirei proveito dessa situação usando-a como uma metáfora.

Quem olha para fora, sonha.
Quem olha para dentro, acorda.
Jung

3 comentários:

  1. E é assim que nos renovamos, que nos transformamos...ainda bem!!! O passado já foi e o futuro...sei lá! O único momento no qual podemos fazer algo para mudar a nossa própria vida e o mundo em que vivemos é o agora! Um grande abraço e saudade! Sandra

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  2. gostei muito do trecho:
    " E para equilibrar, temos que olhar para um foco, ativar o seu corpo e descansar na respiração. "

    .. é difícil mesmo, parabéns pelo texto e pelo equilíbrio alcançado e pelo celular novooooo :)
    beijos
    Carol

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  3. Curioso considerando o que vivenciei na aula d yoga desta manhã... "tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo".
    Bjs

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