Dentro de mim existe um lugar onde vivo inteiramente só
e é lá que se renovam as nascentes que nunca secam.
P.Buch

6 de novembro de 2010

Gratidão

Portugal - Abundância de beleza













Minha amiga Mirella que estuda no Schumacher College e está adorando me falou de um livro, já traduzido para o português. Como adoro ler, comprei o livro no mesmo dia, desta deliciosa maneira de se comprar pela internet e receber no dia seguinte. Comecei a ler e agora estou numa parte muito bonita, onde o autor fala das virtudes que precisamos cultivar e celebrar para que a gente tenha verdadeira transformação. E uma das virtudes é a gratidão. Ao se ter gratidão com tudo, saímos do papel de vítimas e assumimos a responsabilidade por todas as coisas que acontecem em nossas vidas e tiramos proveito de cada evento.

Transcrevo aqui uma parte do texto:

“Na vida moderna, nós nos queixamos de tudo. Quando está chovendo, dizemos: “O tempo está horrível – tão úmido e tão frio!”. Quando faz sol, reclamos: “O tempo está quente, muito quente!”... “Tive uma infância horrível”, queixamo-nos. “Minha escola era péssima”, lamentamos. “Meus colegas nunca gostaram de mim.”, resmungamos, e esse tipo de resmungo prossegue interminavelmente.

Para crescermos espiritualmente, precisamos desenvolver a capacidade de estima e gratidão. Precisamos nos educar para reconhecer os dons que recebemos de nossos antepassados, de nossos pais, de nossos professores, de nossos colegas e de nossa sociedade em geral. Precisamos também exprimir nosso agradecimento pelas dádivas da Terra. Que maravilhoso sistema é este planeta Gaia! Ele regula o clima, organiza as estações e fornece abundância de alimentos, beleza, prazer sensual e satisfação espiritual para todas as criaturas. Quando estamos deslumbrados e maravilhados com as atividades da Terra, só podemos nos sentir abençoados e gratos. Quando a comida é servida, enchemo-nos de um sentimento de gratidão. Agradecemos ao cozinheiro e ao agricultor, mas devemos também agradecer à terra, à chuva e ao sol. Devemos até expressar nossa gratidão às minhocas que estão trabalhando dia e noite para manter o solo fértil.... É a beleza inculta que nos alimenta a alma enquanto os frutos da terra alimentam o corpo.

A generosidade e o amor incondicional da Terra por todas as suas criaturas são ilimitados. Nós plantamos uma pequena semente de maçã no solo. Esta pequena semente resulta numa árvore daí a alguns anos e acaba produzindo milhares e milhares de maçãs ano após ano. E tudo isso de uma sementinha, às vezes semeada por si mesma. A árvore não faz discriminação, não faz nenhuma pergunta. Ela oferece seus frutos ao pobre e ao rico, ao santo e ao pecador, ao tolo e ao filósofo, à vespa e ao pássaro. O que mais podemos sentir pela árvore a não ser gratidão?...”

É engraçado que a gente sabe qual o sentimento que sobra dentro de nós quando reclamamos de algo – vazio, oprimido, sem energia e sabemos do sentimento quando somos gratos a alguma coisa – leveza, expansão, liberdade. No entanto, quase como um vício, muitas vezes escolhemos reclamar. O que está por trás dessa escolha? Do que este vício nos protege? Do que temos medo? Me parece então que precisamos examinar essa questão do medo em nossas vidas. E o antídoto ao medo é a confiança. Confiança em si mesmo, confiança no outro, confiança no processo do universo. “Temos o sol para nutrir toda essa vida: temos água para saciar nossa sede e terra para cultivar nossos alimentos. Temos árvores para para produzir frutos e leite maternos para alimentar os bebês. Como disse Juliana de Norwwich:
“Tudo ficará bem, todo o tipo de coisa ficará bem.”

Agradeço então a Mirella pela dica do livro de Satish Kumar – Bússola Espititual.

3 comentários:

  1. Oi Zezé,
    Adorei discorrer pela gratidão, confiança e entrega, qualidades que devemos buscar vivenciando-as com o coração. Culminar tudo isto com as doces palavras de Roberto Crema foi um bálsamo. Foi lindo ver o olhar de gratidão que ele deu ao seu neto.
    Obrigada e parabéns pelo seu blog. Muito sensível...
    Bjs.
    Rita.

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  2. É Zezé, acho que as pessoas reclamam, e muitas vezes me incluo nisso, porque queremos todos ser amados. Amados de forma explícita. Precisamos, todos, que nos amem e deixem isso bem claro. Talvez o problema esteja no fato de termos ouvido isso tão poucas vezes: "eu te amo". Essas palavrinhas matam todas as queixas e dúvidas. São farois de verdade.
    Beijo!

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  3. Oi, Zezé!
    Adorei o texto e fico contente que você tenha gostado do livro.
    Agora você precisa vir pra cá e conversar com o Satish!
    Beijo grande!

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